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Cuiabá, 26 de Abril de 2024
26 de Abril de 2024

04 de Dezembro de 2016, 14h:00 - A | A

GERAL / PRIMEIRA SEMANA EM CUIABÁ

'Eu era vítima da escravidão branca', diz ex-taxista que mudou para o Uber

Motoristas de aplicativo contam experiência da primeira semana de operação na Capital. No sistema, preço é o maior diferencial, seguido da qualidade dos carros e do atendimento

CELLY SILVA
RAFAEL DE SOUSA



Há uma semana em Cuiabá, o Uber tem dado o que falar, tanto entre quem utilizou o sistema de transporte e quem ainda não o fez. O preço é o maior diferencial, seguido da qualidade dos carros e do atendimento.

No dia em que o sistema foi inaugurado, o ouviu o presidente do Sindicato dos Taxistas de Cuiabá, que previu que o Uber não vai se sustentar por muito tempo em Cuiabá, segundo ele, exatamente por conta do baixo preço da tarifa, que impediria que o motorista tenha um lucro suficiente para sobreviver.

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No entanto, de acordo com motorista do Uber, Luís Cláudio Ferreira da Silva, 41, que trabalhou como taxista na cidade durante 10 anos, a realidade é diferente do que dizem aqueles que defendem o táxi simples.

Ao , Luís disse que saiu do sistema convencional porque “trabalhava praticamente num sistema de escravidão branca”.

“A gente era submetido a pagar o aluguel do veículo num valor muito absurdo e que comprometia 70% do faturamento. Outros 20% praticamente eram gastos com combustível e com alimentação. E, às vezes, eu chegava em casa sem dinheiro nenhum”, disse ele.

“O taxista, na verdade, trabalha com uma ilusão. Ele movimenta seus R$ 300 todo dia e está acostumado a fazer uma corrida pequena e receber um valor alto. Só que ele não faz as contas de que aquele dinheiro que ele ganha não é dele. Tem que repassar para os frotistas”, observa Luís Cláudio.

Questionado se a situação mudou com o Uber, ele responder afirmativamente: “Mudou. Em menos de uma semana trabalhada, eu já consegui arrecadar cerca de R$ 700, quantia que, com o táxi, no mês inteiro, eu não estava conseguindo. Mudou muito mesmo”.

Por conta dos resultados positivos que têm obtido com a nova modalidade de transporte urbano, o ex-taxista afirmou que “o Uber veio para ser "um divisor de águas" no trabalho.

Sobre a resistência da maioria dos taxistas com relação à chegada do Uber na cidade, o motorista disse que isso ocorre porque muitos ainda estão "iludidos".

“O taxista, na verdade, trabalha com uma ilusão. Ele movimenta seus R$ 300 todo dia e está acostumado a fazer uma corrida pequena e receber um valor alto. Só que ele não faz as contas de que aquele dinheiro que ele ganha não é dele. Tem que repassar para os frotistas”, observou.

Ele também considerou a maior resistência ocorre por parte dos frotistas, que são os donos dos pontos de táxi e dos veículos.

“Os frotistas, sim, têm medo do Uber porque eles sabem que esse tipo de comércio vai ter que acabar. Eles vão ter que se adequar à nova realidade e diminuir o seu faturamento se quiser continuar no mercado”, disse.

Segundo Luís Cláudio, ele foi o primeiro taxista de Cuiabá a decidir mudar de plataforma. Depois, convenceu outros sete colegas a fazer o mesmo.

“Eu fui o primeiro taxista a vir para o Uber e já consegui arrastar sete amigos meus. E nenhum dos sete se arrependeu”, afirmou.

A partir do momento em que o aplicativo se firmar de vez na Capital, Luís Cláudio acredita que mais taxistas irão aderir.

“Muitos não o fizeram ainda porque têm medo do Uber não ficar em Cuiabá, porque existem ameaças de que vão proibir o uso do aplicativo. O sindicato vem fazendo pressão. Mas a sociedade necessita de um transporte de qualidade e com um preço mais acessível”, completou.

 

Trabalho requer experiência

Para Luís Cláudio, apesar de estar aberto para receber condutores que nunca atuaram no ramo e visam, na maioria dos casos, a buscar renda extra ou passar o momento de crise e desemprego, o Uber deveria ser composto por motoristas experientes no ramo do transporte.

“O Uber é um trabalho que deve ser feito por profissionais do trânsito. No caso, nós que somos taxistas, mas não somos donos de táxi. Isso vai trazer para os clientes um conforto maior. A gente já sabe os caminhos, a gente já conhece os endereços. Então, aquela dificuldade de achar endereço e achar a sua residência , com a gente não vai existir”, afirmou.

“Eu fui o primeiro taxista a vir para o Uber e já consegui arrastar sete amigos meus. E nenhum dos sete se arrependeu”, afirmou.

O fato de não conhecer muito bem a cidade e depender do GPS tem sido um problema para aqueles motoristas cadastrados no aplicativo e que estão iniciando agora essa experiência.

Esse fato pode causar prejuízos tanto para o cliente, que vai demorar mais para chegar ao destino, quanto para o motorista, que vai gastar combustível e seu tempo, diminuindo sua margem de lucro.

“O que acontece com o motorista não profissional, por ainda não conhecer o endereço, é que, às vezes, ele perde muito tempo e acaba gastando demais. Se ele chega em um determinado bairro, onde tem dificuldade em achar o endereço e ele não sabe ler o GPS, roda, roda, roda e acaba perdendo tempo e combustível”, explicou o motorista.

 

Experiência de um novato

Ao contrário de Luís Cláudio, que já tem uma década de prestação de serviço aos passageiros de Cuiabá, Evandro Cabral Custódio, 38, entrou no sistema, mas não temk experiência como motorista profissional.

Ele é operador de máquina pesada e, por conta da crise, ficou desempregado e viu no Uber uma oportunidade conseguir trabalhar. “Está difícil conseguir emprego agora. Apareceu o Uber e eu vou fazer o teste para ver se compensa”, disse.  

Para aproveitar o máximo possível do tempo, Evandro é um dos poucos motoristas do Uber que tem atuado durante a noite, em Cuiabá, mas ainda em adaptação.

“Eu estou vendo qual é o melhor horário para mim, mas sempre eu estou indo até meia-noite, desde o primeiro dia”, informou.

A falta de carros de corrida disponíveis no período da noite é um problema detectado por muitos usuários cuiabanos.

Em conversas com os motoristas, a reportagem constatou que muitos deles ainda sentem medo de conduzir passageiros à noite ou estão em outras atividades.

“As corridas são baratas, tem que saber aonde vai correr, senão toma prejuízo mesmo. Por exemplo, se o cliente estiver acima de cinco minutos de distância, não compensa. Porque você vai gastar sua gasolina até chegar lá e ele vai andar três, quatro quilômetros e não vai ter lucro. Tendo mais carros, vai ter mais carros espalhados na cidade toda”, avalia motorista.

Alguns consideram que o Uber é uma renda extra de muitos que trabalham, por exemplo, como vendedores que dependem de comissão e também foram afetados pelo baixo consumo da população, outro reflexo da crise.

Outro motivo para a falta de carros para a tender à grande demanda é que nem todos os 150 motoristas cadastrados pela empresa estão atuando.

Pelo menos a metade deles ainda está aguardando a emissão do registro de motorista profissional por parte do Departamento Estadual de Trânsito (Detran).

Para resolver este problema, Evandro acredita que, nesse caso, quanto mais concorrência, melhor. Isso porque, com carros espalhados por toda a região metropolitana, todos ganham. Usuários esperam menos e motoristas ganham mais.

“As corridas são baratas, tem que saber aonde vai correr, senão toma prejuízo mesmo. Por exemplo, se o cliente estiver acima de cinco minutos de distância, não compensa. Porque você vai gastar sua gasolina até chegar lá e ele vai andar três, quatro quilômetros e não vai ter lucro. Tendo mais carros, vai ter mais carros espalhados na cidade toda”, explicou.

Com relação à falta de experiência em dirigir por toda a cidade, o novato no ramo do transporte de passageiros reforçou o que foi apontado por Luís Cláudio.

“Estou achando o sistema de GPS muito precário aqui. Tem horas que ele trava, e aí a gente que não conhece muito a cidade... Eu sou operador de máquina e, antes, eu só conhecia o caminho de casa mesmo”, disse.

Evandro destacou que, apesar de o sistema ser providencial neste momento de desemprego, caso consiga um trabalho relacionado ao seu ramo, deve deixar o aplicativo.

“Do jeito que eu estou fazendo, dá para ter um lucrinho. Mas, se eu achar um emprego na minha área, eu deixo o Uber porque o salário [de operador de máquinas] é bom e eu não gasto com o carro. Meu carro vai ficar guardado só para o meu uso mesmo”, completou.

 

 

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ryam 01/03/2017

motorista da uber se tornaram escravos virtuais dos americanos... kkkkk

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Adriano 11/12/2016

Eu duvido que esse ex taxista esteja tirando tudo isso que ele falou somente utilizando o app Uber, pagando, inclusive, a porcentagem para o app. Ele supostamente está usando os outros app que ele usava no Táxi e os clientes que ele dizia que tinha.

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Marcos Antônio 11/12/2016

O UBER nem americano é. É europeu.

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walter dos santos junior 05/12/2016

respondendo a pergunta do fabio silva, assim eu não sou taxista , mais a favor de mudanças. a questão de vc estiver trabalhando pra UBER, vc vai estar mandando dinheiro pro EUA, cara me fala uma coisas OS CARROS QUE OS BRASILEIRO COMPRAM, O DINHEIRO VAI PRA ONDE, VC ACHA QUE O DINHEIRO FICA AQUI NO BRASIL, VÃO TUDO PRA FORA, DE QUALQUER MODO ESTAMOS ENRIQUECENDO OUTRO PAIS,O QUE TEM QUE ACABAR É ESSES FLOTISTAS QUE TEM MONTE DE PONTOS DE TAXI,

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Fabiano Silva 05/12/2016

Quem entra no Uber na verdade, é quem não sabe fazer contas, se colocar na ponta do lápis, não da nem pra pagar o custo como combustível e gastos do carro. Seja bem vindo à escravidão americana, amdem de Uber e mande toda a sua grana para os EUA, depois não adianta chorar por conta da crise!!!

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JEFERSON MATOS 05/12/2016

A entrevista por si só se explica: O motorista de táxi é apenas um fantoche nas mãos do dono do táxi. No UBER o motorista tem que ser dono do veículo que dirige, então o lucro é maior. BEM VINDO UBER!!!

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Luiz 04/12/2016

Saiu da escravidão branca como disse ele,entrou pra ESCRAVIDÃO AMERICANA,trocou o certo pelo clandestino . Nós brasileiros gostamos de ser capachos dos EUA,triste sina até quando?

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7 comentários

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