RAFAEL DE SOUSA
DA REDAÇÃO
Sindicalistas ligados ao setor do comércio estão mobilizando cerca de 1,5 mil empresários, de todas as partes do Estado, na tentativa de barrar a aprovação da polêmica reforma tributária, na Assembleia Legislativa.
A categoria, que montou até caravanas para vir à Cuiabá pedir calma no andamento do processo tributário, quer discutir o assunto de forma mais ampla em 2017.
A minuta, que prevê mudança na forma de recolher impostos, será debatida com os deputados e os segmentos empresariais, na manhã desta terça-feira (29), durante audiência civil pública, no Poder Legislativo.
Segundo o presidente do Sindicato do Comércio de Calçados e Couros (Sincalco), Júnior César Vidotti, os empresários contam com a sensibilidade do Parlamento para barrar a reforma.
“Os deputados se mostraram sensíveis às nossas demandas. A gente acredita que, se o Governo não se sensibilizar, com certeza, os deputados vão atender à sociedade. Queremos entrar no próximo ano discutindo de forma mais calma esse assunto”, disse o sindicalista.
O segmento alega ainda que o Executivo não discutiu vários pontos considerados polêmicos, como, por exemplo, o aumento de tributos para o consumidor final, além da arrecadação do Estado.
"A gente acredita que, se o Governo não se sensibilizar, com certeza, os deputados vão atender à sociedade. Queremos entrar no próximo ano discutindo de forma mais calma esse assunto”, disse o sindicalista.
“São menos de 15 dias para debater, sendo que não temos conhecimento dos dados finais. Até o momento, o Governo não mostrou nenhuma informação de que não haverá aumento da carga tributária”, disse Vidotti.
Mesmo após a Secretaria de Fazenda negar, o sindicalista acredita que haverá alteração no valor dos impostos.
“O Governo fala que não vai ter aumento, mas, na verdade, pelos estudos que a gente fez com todos os segmentos do comércio, terá, sim, aumento no imposto. E, infelizmente, isso será repassado ao consumidor final”, disse Vidotti.
O presidente do sindicado explicou que, caso a reforma tributária seja aprovada de forma imediata, como quer o Governo, os danos futuros podem ser graves para a economia do Estado, que já enfrenta uma de suas maiores crises.
“Vai acabar sendo um problema futuro. O conceito da FGV [Fundação Getúlio Vargas] é que todo mundo pague para todos pagarem menos. Acontece que iremos pagar mais e isso vai diminuir a base de arrecadação, porque algumas empresas podem fechar e outras operar na informalidade”, disse Vidotti.
O sindicalista observou ainda que as micros e pequenas empresas, por exemplo, que atualmente pagam apenas 7,5% sobre a entrada da mercadoria, vão praticamente dobrar a alíquota, porque terão que pagar duas vezes.
"A primeira é a alíquota do simples (que é sobre a venda do produto) e a outra, é o diferencial de alíquota”, completou.