CELLY SILVA
DA REDAÇÃO
Construída há mais de dois anos, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Ipase, em Várzea Grande, está com dificuldades para começar a funcionar. Sem conseguir credenciamento junto ao governo federal, que alega não ter condições de fazer o repasse de R$ 750 mil estimados para a manutenção mensal da unidade, o Município agora terá que arcar com todo o custo do funcionamento.
“Como o Município precisa abrir a unidade para atender, vai transformar em uma unidade de pronto atendimento, mas nos moldes de uma Policlínica", explica o secretário de Comunicação.
O governo estadual, que deveria arcar com 25% do valor de custeio, o que corresponde a cerca de R$ 375 mil por mês, também alega não ter condições financeiras de cumprir sua parte do acordo.
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“Como o Município precisa abrir a unidade para atender, vai transformar em uma unidade de pronto atendimento, mas nos moldes de uma Policlínica. [...] A solução encontrada foi essa: como a UPA precisava do dinheiro do governo federal, do Estado e não vem porque não tem o dinheiro. Então, optou-se por esse novo modelo”, explica o secretário de Comunicação de Várzea Grande, Marcos Lemos.
O secretário explica que “na realidade, só mudou o nome. Vai ser UPA mesmo. Agora, não com os moldes da UPA de antigamente. É uma unidade de pronto atendimento 24 horas por dia”. Isso porque o projeto inicial foi concebido com o projeto de UPA do governo federal, que custeou a maior parte da construção, que se iniciou em janeiro de 2013 e terminou em dezembro de 2014, ao custo de mais de R$ 4 milhões.
Em seu projeto inicial, a unidade estava projetada para atender 1.000 pacientes por dia, contando com 18 leitos de urgência e emergência. Agora, com a falta de recursos estaduais e federais, um novo levantamento está sendo feito pela Secretaria Municipal de Saúde. No entanto, Marcos Lemos afirma que a unidade “vai ter que atender todo mundo 24 horas por dia”.
“Quem for procurar a UPA a noite, por exemplo, vai ser atendido. Se puder evitar dessa pessoa ter que ir para o Pronto Socorro pra se internar, é melhor porque já desafoga o Pronto Socorro. Se não, vai ser encaminhada”, explica o secretário. Esta será a segunda unidade de saúde com atendimento 24 horas em Várzea Grande. Até o momento, o único local disponível à população é o Pronto Socorro.
Tentativas frustradas
A Prefeitura de Várzea Grande alega que tentou encontrar outras saídas para o pleno funcionamento do UPA do Ipase, mas todas se mostraram inviáveis. No final do ano passado, a Prefeitura abriu licitação para instalar uma Organização Social de Saúde (OSS) para gerenciar a unidade. No entanto, o custo seria de R$ 1,4 milhão por mês e o Município acabou desistindo. Em fevereiro deste ano, a prefeita Lucimar Campos (DEM) e o secretário estadual de Saúde, Eduardo Bermudez, entraram em um acordo de que o Estado se comprometeria a arcar com R$ 1 milhão mensal para a UPA, mas só pelo período de seis meses, até era o prazo previsto para credenciamento junto ao governo federal.
Mas a crise política e financeira agravou a situação, acabando com a perspectiva de credenciamento junto ao Ministério da Saúde e fazendo com que o acordo com o Estado também não se concretizasse. “Não tem condições. Nós não vamos abrir uma unidade de saúde por seis meses e fechar. Não tem cabimento!”, diz Marcos Lemos.
O Município agora deve buscar outras formas de angariar fundos para manter a UPA. O processo seletivo para contratação de médicos generalistas e enfermeiros está em andamento e deve ser finalizado até a semana que vem, segundo a Prefeitura. Com relação à inauguração, não há data definida, mas deve ocorrer ainda neste semestre.
