DO REPÓRTERMT
Postos de Cuiabá estão, a cada dia, derrubando mais o preço do etanol e da gasolina nas bombas. Os valores já estão no patamar que estavam no início de 2021, quando se acentuou as altas baseadas nos preços internacionais e na escassez do petróleo.
Hoje a situação é bem diferente. Ao contrário de anos anterioes, quando o consumidor não tinha opção por conta da chamada cartelização do setor, atualmente, os motoristas têm uma infinidade de estabelecimentos com preços discrepantes. Há postos onde a gasolina comum custa R$ 5,30 o litro, porém, há revendas praticando R$ 4,89 na bomba. Com o etanol a discrepância não é na mesma proporção, mas quem tem carro flex, está com sorriso no rosto. O etanol já é encontrado abaixo de R$ 3,30. Preço que há muitos tempo não se via por aqui. No posto da foto ao lado, está em R$ 3,31, bem abaixo dos valores praticados até bem pouco tempo atrás, quando o produto batia acima da casa dos R$ 5,00.
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Segundo Claudyson Martins Alves, dono de postos e diretor do Sindipetróleo, a tentativa de atrair mais consumidores fez com que a concorrência fique acirrada e alguns empresários estão, na verdade, no "desespero", quase sem margem de lucro. "Os caras abaixam [preços] para aumentar as vendas e ela não aumentam; é concorrência mesmo, estão se matando e trabalhando sem margem", disse. Em Cuiabá e VG não tem posto dando lucro”, disse ao RepórterMT.
Ele explica a lógica da concorrência. "O cara tem um posto com 200 mil litros. Ele abaixa o preço, vende um milhão de litros e vem lucro pra ele".
NOVO ICMS
O Governo de MT reduziu, há pouco mais de 2 meses, a alíquota de ICMS de 23% para 11,9% na gasolina. No etanol - que era 14% - passou para 9,3%. A medida foi tomada em decorrência da lei federal que limitou o imposto em 17% nos estados. Antes, cada estado podia cobrar de forma livre. Em MT a gasolina chegou a pagar 25% de ICMS. Já no âmbito federal, o governo zerou os impostos de sua competência.
ESCALADA
A disparada nos preços dos combustíveis se acentuou no final do auge da pandemia com aumentos sucessivos praticados pela Petrobras, seguindo as variações cambiais e os valores do petróleo no mercado internacional. É que os países produtores de petróleo, para recuperar a demanda reprimida do famigerado “fica em casa”, reduziram sua produção, o que gerou certa escassez. A lei da oferta e da procura fez os preços apontarem para cima, como nunca antes. O litro da gasolina em Cuiabá chegou a R$ 8,00 no ano passado. Hoje, já é possível encontrar abaixo dos R$ 4,90.