KEKA WERNECK
DA REDAÇÃO
A chance de aparecer um novo garimpo em Mato Grosso, como o da Serra do Caldeirão, em Pontes e Lacerda, com ouro ou outro mineral vertendo na superfície do solo, é muito rara e improvável.
“É uma anomalia. Sim, existe esta possibilidade, como aconteceu agora, mas é muito pequena, remota”, avalia o professor da UFMT
“É uma anomalia. Sim, existe esta possibilidade, como aconteceu agora, mas é muito pequena, remota”, avalia o professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Jayme Leite, geógrafo, doutor em geociências, ex-consultor de mineradoras.
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No caso de Pontes e Lacerda, ele acredita que uma corrente de água possa ter favorecido o aparecimento das pepitas, concentradas em algumas rochas, que se quebram e formam cascalhos de ouro.
No caso de Pontes e Lacerda, ele acredita que uma corrente de água possa ter favorecido o aparecimento das pepitas, concentradas em algumas rochas, que se quebram e formam cascalhos de ouro.
Em cerca de dois meses, a situação no garimpo chamado de “nova Serra Pelada” já não é mais a mesma. As pepitas já não estão à mostra e, conforme o deputado Oscar Bezerra (PSB), que visitou a área, 90% das pessoas ainda não encontraram nada e estão sem dinheiro até para voltar para casa.
Por um conjunto de fatores geológicos, no solo de Mato Grosso historicamente têm sido encontradas ouro, em diferentes regiões, atraindo garimpeiros, que, após a exaustão do ciclo de extração, ficam e formam cidades.
Além de Cuiabá, vários municípios se formaram por vilas de garimpeiros que chegaram ao local em busca de ouro, como Peixoto de Azevedo, Paranaíta, Apiacás, Guiratinga, Poxoréu, Diamantino, Nortelândia e Alto Paraguai.
A primeira delas foi Cuiabá, onde a garimpagem inicial se confunde com a fundação da cidade, em 8 de abril de 1719. Três anos depois, índios escravos do bandeirante paulista Miguel Sutil descobriram às margens do córrego da Prainha grande quantidade de ouro.
Também surgiram da atividade do garimpo boa parte dos 141 municípios mato-grossenses, entre eles Peixoto de Azevedo, Paranaíta, Apiacás, Guiratinga, Poxoréu, Diamantino, Nortelândia e Alto Paraguai.
Em Pontes e Lacerda, já houve exploração mineral ostensiva da década de 70 a 90, que foi o auge dos garimpos em Mato Grosso, mas, há pelo menos uma década, a cidade vem se reestruturando, à base da pecuária, agricultura e comércio, conforme informa o prefeito Donizete Barbosa (PSDB).
Atualmente, no entorno de Pontes e Lacerda, três mineradoras têm autorização do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) para explorar o solo.
leitor

As imagens de gigantes pepitas de ouro atraíram milhares de aventureiros para a Serra do Caldeirão
Uma delas é a multinacional Santa Helena, que já desenvolve há cerca de 30 anos duas minas no local, conforme o professor Jayme Leite, e agora quer pesquisar também a área da Serra do Caldeirão.
A vantagem de legalizar um garimpo, na visão do professor da UFMT, é que gera impostos ao erário federal e empregos formais.
Mediante a decisão da Justiça Federal, dada nesta sexta-feira (16), determinando o fechamento do garimpo e a retirada dos “forasteiros”, que lá chegaram em busca do enriquecimento, uma tendência é a legalização da área e a exploração de grande porte.