CELLY SILVA
DA REDAÇÃO
O promotor de Justiça Jaime Romaquelli, da 2ª Promotoria Criminal de Cuiabá, apresenta na tarde desta terça-feira (31), a denúncia contra o major do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), Waldir Félix de Oliveira Paixão Júnior, 34, acusado dos crimes de homicídio qualificado e fraude processual.
O major Waldir Félix é acusado de ter executado o dono de distribuidora de água André Luiz Alves de Oliveira, 27, na tarde do dia 2 de agosto do ano passado, no bairro CPA 3 Setor 5, após este ter matado o policial militar Elcio Leite, 29, que investigava venda ilegal de armas de fogo na casa de André e seu irmão, Carlos Alberto e Oliveira Júnior, preso pela co-autoria na morte do policial Élcio.
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Em sua denúncia, Romaquelli pede à juíza da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, a prisão preventiva de Waldir Felix, argumentando que ele agiu por vingança (motivo torpe), de maneira cruel e sem dar chance de defesa à vítima, uma vez que uma secessão de fotos divulgadas pela imprensa no momento da prisão de André Luiz, mostram que antes de morrer, ele já havia se entregado ao policial militar Wanderson Saraiva, parceiro de trabalho de Elcio Leite, e não apresentava risco por estar desarmado.
“Lamentavelmente, chegamos a essa conclusão: o policial agiu dolosamente, executou, matou a vítima sem necessidade, após ter sido rendido”, disse o promotor.
“Lamentavelmente, chegamos a essa conclusão: o policial agiu dolosamente, executou, matou a vítima sem necessidade, após ter sido rendido”, disse Romaquelli.
Pesa também em seu pedido de prisão o fato de que o major do Bope teria fraudado a cena do crime, ao “plantar” uma arma para justificar uma suposta legítima defesa e também a evacuação que houve da Rua 27, por parte dos policiais militares para retirar testemunhas, jornalistas e fotógrafos que acompanharam a perseguição policial contra os irmãos André Luiz e Carlos Alberto.
A tragédia
Com base no laudo de necropsia realizada pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) e Instituo Médico Legal (IML), o promotor de Justiça chegou à conclusão de que “a autoria está absolutamente definida”. Romaquelli também leva em consideração que o próprio major do Bope confessou ser o autor dos dois disparos de pistola Ponto 40, que atingiram André.
Conforme a perícia, André foi morto nos fundos de uma casa vizinha à que morava, em uma lavanderia que não possibilitava fuga. Ele estava em posição inferior ao policial que atirou, provavelmente caído ou ajoelhado.
O primeiro tiro lhe acertou no nariz e saiu pela nuca. Mas foi o segundo tiro, que acertou primeiro o pulso direito e ultrapassou o peito direito, que matou André.
Foram encontrados ainda inúmeros sinais de escoriações e ferimentos no corpo de André, indicando que antes de ser morto, ele foi espancado por chutes e/ou cassetetes.
Ainda de acordo com o promotor, o major Waldir teria aproveitado o momento da chegada e o barulho do helicóptero do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) para disparar contra a vítima.
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ANTONIO 31/01/2017
CAGADA DA INTELIGÊNCIA. QUIS ABRAÇAR
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