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Cuiabá, 28 de Maio de 2024
28 de Maio de 2024

27 de Abril de 2020, 17h:25 - A | A

GERAL / VÍTIMA DUAS VEZES

Miss Mato Grosso denuncia assédio sexual na rua e humilhação na delegacia; veja vídeo

Ingrid Santin foi atacada por um tarado em plena luz do dia e ao procurar a polícia para registra a ocorrência, veio a decepção

ANDRÉIA FONTES
DA REDAÇÃO



A Miss Mato Grosso 2019, Ingrid Santin,  26, denuncia que foi vítima de assédio sexual no meio da rua, em plena luz do dia, em Rondonópolis (212 km ao sul de Cuiabá) e que ao procurar a Polícia Civil hoje para registrar a ocorrência se sentiu “extremamente humilhada”.

A modelo relata que nesta quinta-feira (26), por volta das 15h30, seguia para a casa da sua irmã de moto, quando percebeu que era seguida por outro motociclista. Havia uma caminhonete na frente da jovem e ela tentou acelerar. A intenção, segundo Ingrid, era ultrapassar a caminhonete, pois sabia que assim ficaria segura. Mas pela velocidade, não conseguiu.

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Aos poucos, o tarado foi se aproximando e, quando estava ao seu lado, conseguiu passar a mão em suas partes íntimas. Ingrid relata que quase caiu da moto, pois a puxou para o lado. Descreve que buzinou muito e gritou muito, mas não havia ninguém na rua.

Após o ataque, o motociclista foi embora. “Eu estava muito desesperada e com medo”, enfatiza.

Hoje Ingrid procurou a Polícia e passou por outra “agressão”. “Me senti extremamente humilhada e percebi porque tantas mulheres não denunciam ou as que denunciam acaba acontecendo alguma coisa”.

Segundo a jovem, ao chegar à delegacia foi recebida por uma senhora, para quem relatou os fatos. “Ela falou: você tem a placa da moto? Falei que na hora do desespero não tinha condição de ver a placa, mas sabia as características do homem, as roupas que ele vestia e as características da moto. Mas ela disse que eu não poderia fazer o BO sem a placa da moto”.

Ingrid afirma que insistiu muito para conseguir registrar a ocorrência. “Sou eu, cidadã e vítima que tenho que identificar a placa e o cidadão”, questiona a vítima. “Não tenho conhecimento em direito, mas senti descaso. Insisti em fazer o BO na esperança que se mais alguém passou por isso que também denuncie. Se ele fez isso comigo é porque está acostumado a fazer”.

Além da humilhação, Ingrid afirma que também se sentiu decepcionada com o sistema. “Me pego pensando nas mulheres que não conseguiram fugir, que não tiveram a mesma sorte. Até quando vamos viver com medo de andar na rua?”, finaliza.

OUTRO LADO

A Polícia Civil, por meio da assessoria de imprensa, informou que a vítima procurou, na manhã desta sexta-feira (27), a Delegacia Especializada da Mulher em Rondonópolis (DEDM) para relatar a ocorrência, foi atendida e teve o boletim registrado.

A assessoria enfatiza que durante o procedimento de registro de ocorrências, os policiais coletam o maior número possível de informações para dar prosseguimento às investigações. "De fato, foi perguntado à vítima se ela  havia conseguido anotar a placa da motocicleta, pois é necessário reunir informações para que seja possível identificar o agressor. Contudo, o fato da vítima não conseguir dar tal informação não é empecilho para o registro da ocorrência, como de fato foi feito. A delegada responsável pelo caso já determinou a realização de diligências a fim de identificar o suspeito", diz a nota.

A Polícia Civil também afirmou que será apurado administrativamente se houve algum tipo de falta disciplinar por parte do servidor quanto ao atendimento prestado à vítima.

Por último, garante que todas as Delegacias da Mulher têm equipes aptas a fazer o registro e acolhimento das vítimas que procuram as unidades. 

Veja o vídeo

 

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