facebook-icon-color.png instagram-icon-color.png twitter-icon-color.png youtube-icon-color.png tiktok-icon-color.png
Cuiabá, 03 de Julho de 2025
03 de Julho de 2025

16 de Julho de 2024, 18h:19 - A | A

GERAL / ATENDEU PEDIDO DO MPF

Justiça Federal determina reintegração de posse da Terra Indígena Piripkura, em Mato Grosso

Ocupantes ilegais devem retirar seus bens da área em até 60 dias e estão proibidos de realizar novos desmatamentos.

DO REPÓRTERMT



A Justiça Federal atendeu um pedido do Ministério Público Federal (MPF) e determinou a reintegração de posse da Terra Indígena Piripkura, localizada nos municípios de Colniza e Rondolândia. As pessoas que ocupam aquele território de forma ilegal devem retirar seus bens e rebanhos da área dentro de 60 dias. A ordem também proíbe que sejam realizados novos desmatamentos, sob pena de multa diária.

Conforme a decisão, no caso de descumprimento, os fiscais ambientais deverão intervir inclusive com ações de destruição ou inutilização de produtos, subprodutos e instrumentos que estejam na terra indígena, sem necessidade de autorização de autoridade administrativa hierarquicamente superior. A Justiça autorizou, ainda, a requisição de força policial para a destruição das cercas, porteiras, casas e maquinário de processamento de madeira que forem encontradas na localidade.

>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão

Em caso de descumprimento da determinação judicial, os ocupantes ilegais podem ser punidos com a suspensão das carteiras de motorista e passaportes, assim como com o congelamento dos cartões de crédito.

Na ação civil pública de reintegração de posse, o MPF destaca que a degradação ambiental praticada pelos ocupantes ilegais ocorre, pelo menos desde 2008, quando alguns dos acusados foram autuados por desmatamento ilegal e outros delitos ambientais, como caça de animais silvestres. Segundo a ação, a partir de 2015, as invasões ao território e os atos de degradação ambiental tornaram-se intermitentes. O MPF aponta ainda que última e atual violação à posse dos indígenas teve início no ano de 2019 e foi agravada pela diminuição das ações de fiscalização ao longo de 2020, em razão da pandemia de covid-19.

A Terra Indígena Piripkura é habitada por um grupo de indígenas em isolamento voluntário e localiza-se na região entre os Rios Branco e Madeirinha, afluentes do Rio Roosevelt. Apesar do vasto material que comprova a territorialidade indígena da área, o MPF destaca que o processo de demarcação não avança.

No entanto, enquanto o processo de demarcação não é concluído, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) tem editado sucessivas Portarias de Restrição de Uso, baseadas no Decreto nº 1.775/96, com o objetivo de proteger os indígenas em isolamento voluntário. A partir da Portaria de Restrição de Uso nº 1.154, a Fundação interditou 242.500 hectares entre os municípios de Rondolândia e Colniza, no noroeste do Estado de Mato Grosso.

Comente esta notícia