MARCIO CAMILO
DA REDAÇÃO
As equipes de buscas acreditam que o piloto Maicon Semencio Esteves, de 27 anos, sobreviveu à queda do avião agrícola em Peixoto de Azevedo (675 km ao Nordeste de Cuiabá) e “está perambulando” na mata fechada à procura de resgate. No local, mais de 30 pessoas – entre militares e civis – abrem picada na mata densa e fechada para localizar Maicon. Ele está desperecido desde o último sábado (3).
As buscas são coordenadas pelo tenente-coronel da Polícia Militar Gildásio Alves da Silva. Ele disponibilizou 10 policiais de seu batalhão para o trabalho na floresta. As buscas também contam com quatro homens do Corpo de Bombeiros, além de 16 voluntários, entre moradores e parentes do piloto.
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O tenente-coronel acredita que Maicon está vivo por causa do compartimento onde fica o piloto, que ficou intacto após a queda. Dessa forma, ele teria saído da aeronave antes de ela pegar fogo. Outro indício é que a equipe encontrou um canivete do piloto nas proximidades do acidente.
“A mata é muito extensa. Há pouca visibilidade e muita onça. Mas nós só iremos parar às buscas quando localizarmos ele”, afirmou o tenente-coronel.
Gildásio acredita que após sofrer o acidente, o piloto passou por trauma psicológico e saiu perambulando sem rumo pela mata. Segundo o militar, já houve outros casos de pilotos que caíram na mata e foram encontrados a dois quilômetros do local do acidente. “Outro indício dele estar vivo é que não há vestígios de sangue no local”, acrescentou.
As buscas são feitas em uma mata extremamente fechada e de difícil acesso. Maicon é procurado dentro de um circulo de mil metros distante dos destroços da aeronave. Desde domingo, os trabalhos começam às 8h e se encerram no final da tarde, por volta das 18h. O almoço é servido no ponto de apoio que foi montado no local da queda da aeronave.
Neste terça, as buscas foram reforçadas com apoio de helicópteros da Força Aérea e da Polícia Militar. Na floresta, as equipes já se deparam com onças e cobras. Depois disso, os socorristas decidiram usar sinais luminosos e fogos de artifícios para espantar os animais mais perigosos.
“A mata é muito extensa. Há pouca visibilidade e muita onça. Mas nós só iremos parar às buscas quando localizarmos ele”, afirmou o tenente-coronel.
No sábado, antes de cair na mata fechada, o avião passou sobrevoando baixo uma plantação de uma fazenda da região e foi avistado por dois tratoristas. Eles demoraram cerca de uma hora meia abrindo picada na mata para chegar até os destroços do avião. No local, viram que a aeronave tinha pegado fogo e não havia vestígio de nenhuma pessoa.
A FAB informou que as causas do acidente são apuradas pelo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA VI), órgão regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA).
A investigação da FAB coleta dados, como fotografias do local, retirada de partes da aeronave para análise, reúne documentos, além de “ouvir relatos de pessoas que possam ter observado a sequência de eventos”.
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