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Cuiabá, 29 de Abril de 2024
29 de Abril de 2024

09 de Novembro de 2023, 13h:57 - A | A

GERAL / PROBLEMAS PSICOLÓGICOS

Em vídeo, policial militar chora e diz que abandonará corporação; "Eu quero ser gente"

O Comandante da Polícia Militar, Coronel Alexandre Mendes, alegou que o militar já está recebendo atendimento especializado.

THAÍS BEMFICA
DO REPÓRTER MT



O vídeo do desabafo de um policial militar de Guarantã do Norte (715 km de Cuiabá), registrado no sábado (04), ganhou repercussão nesta quarta-feira (08). No vídeo, o agente chora e revela que deixará a corporação para 'ser gente'. O Comandante da Polícia Militar, Coronel Alexandre Mendes, alegou que o militar já está recebendo atendimento especializado.

Na gravação, o homem diz que é policial há mais de 18 anos, mas reconhece que é hora de parar. "Eu tenho 18 anos e 11 meses de serviço, mas a gente precisa reconhecer a hora de parar. Eu preciso parar, senão não consigo concluir a minha maior missão que é criar os meus filhos. Eu estou de serviço hoje, estou abandonando o serviço, estou indo embora para minha casa. Amanhã eu estava de serviço e não vou vir trabalhar. Para mim, chega", diz ele aos prantos.

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"Eu não quero escala melhor, não quero salário melhor. Eu quero ser gente. Eu quero ser gente. Eu busquei apoio, busquei recursos, busquei resolver tudo do melhor jeito possível. Não há condições de resolução. Estou indo embora, vou abandonar 18 anos e 11 meses de serviço para que eu possa viver com meus filhos. A polícia vai continuar, mas eu vou sair, para mim não dá mais."

Após a repercussão do vídeo, o Coronel Alexandre Mendes, Comandante Geral da Polícia Militar de Mato Grosso, publicou um vídeo em suas redes socias comentando o fato.

Na postagem, Mendes diz que o desabafo do policial chegou até seu conhecimento e o comoveu. "Vivemos a era da ansiedade e dos transtornos da mente. Não somos indiferentes à nossa profissão como um fator de alto risco para o desenvolvimento desses transtornos. Somos demandados continuamente e diariamente a sofrer dores dos outros em nosso trabalho. Não somos máquinas, mas seres humanos. Por isso, não estamos imunes ao sofrimento emocional", diz ele na gravação. 

O Comandante ainda pontua que a classe precisa ser assistida e que tem buscado resolver pautas econômicas, jornada extraordinária e reposição de efetivo, mas que "politizar a dor e o sofrimento de irmãos e irmãs de farda é no mínimo irresponsável. Enquanto isso, trabalhamos diariamente sim pela saúde mental da minha tropa policial militar".

Mendes conclui a postagem dizendo que continuará com "a mão estendida para amparar todo aquele que estiver precisando de socorro, sem alarde e sensacionalismo eleitoreiro", no que considera ser uma família que junta sairá de todas as crises, não apontando culpados, mas buscando soluções adequadas e necessárias", pois 'ninguém precisa de lição de moral quando está triste, precisa de amor... Só e somente", finaliza. 

Assista:


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