"Podem criar a lei, mas não há meios para fiscalizar", diz Dóia

ANA ADÉLIA JÁCOMO

Após apresentação de um projeto de lei, de autoria do presidente da Câmara de Vereadores Júlio Pinheiro (PTB), que prevê a implantação do sistema de rodízio de veículos na Capital, o tema tornou-se polêmico e alvo de críticas.

O presidente do Detran/MT, Teodoro Lopes, o Dóia, afirmou ao RepórterMT, nesta segunda-feira, 19, que Cuiabá não tem condições de implantar o sistema, já que o município não possui ferramentas de fiscalização para que a lei seja cumprida.

Para ele, a cidade precisa passar por uma modernização no sistema de tráfego, para que câmeras de monitoramento sejam instaladas. Ele ainda atribuiu uma nota 4 ao sistema da Capital, que para ele é classificado como “ruim”.

“Podem até criar a lei, mas não haverá fiscalização. O Detran não se envolve nessa área, é a prefeitura quem toma conta, mas eu posso afirmar que não há ferramentas para fiscalizar e, sem fiscalização não adianta nada, porque as pessoas não irão cumprir [a norma]. Nossa engenharia de tráfego é péssima. A nota 4 ainda é boa”, disse ele.

Segundo o presidente, há outras maneiras de melhorar o fluxo do trânsito na cidade, uma delas seria a desinstalação de alguns sinaleiros, que para ele são em excesso. Dóia disse que a frota de veículos que circulam por dia chega a 450 mil na Capital. 

“Temos muitos veículos nas ruas e um excesso de sinaleiros, que não permitem um fluxo normal. Na avenida Isaac Póvoas tem tantos sinaleiros que o sujeito não consegue andar. Tem que reduzir isso. Outra coisa, as obras da Copa do Mundo vão ajudar bastante. A avenida Miguel Sutil ficará bem melhor e vai permitir um trânsito rápido e limpo”.

Questionado sobre as medidas substitutivas aos sinaleiros, o presidente disse que há necessidade de uma restruturação da área central, construção de elevados e abertura de mais ruas. Contudo, ele definitivamente disse não concordar com a implantação do rodízio nos próximos anos.

Ele relembrou o fato de a lei seca ser praticamente descumprido no Estado. Segundo ele, apenas em blitz e abordagens as pessoas respeitam o fato de ser proibido dirigir alcoolizado. “A Lei Seca é um exemplo de como a fiscalização é importante. Se não há, as pessoas não respeitam e vemos pessoas morrendo por estar dirigindo bêbada”.