THIAGO ITACARAMBY
A cobrança de pedágio dos motoristas que circulam pela área central de Cuiabá está descartada pelo menos na opinião dos gestores ouvidos pelo RepórterMT. O consenso geral é que sejam criadas políticas públicas em prol de melhorias no transporte coletivo. O assunto é bastante polêmico e faz parte da Política Nacional de Mobilidade Urbana, que estabelece princípios, diretrizes e instrumentos para os transportes nos municípios. O mecanismo já é adotado em algumas cidades da Europa como é o caso de Londres.
A política, instituída dia 3 de janeiro pela lei 12587/2012 estabelece que todos os municípios com mais de 20 mil habitantes precisam ter planos de mobilidade urbana para receber recursos do governo federal na área. Os municípios têm até 2015 para elaborar os planos, que devem ter como princípios a acessibilidade e a sustentabilidade ambiental e socioeconômica.
Para o diretor de trânsito da Secretaria Municipal de Transportes Urbanos (SMTU), Jackson Messias, o tráfego de Cuiabá é diferenciado dos demais centros urbanos do país, pois não houve planejamento estrutural ao longo dos anos. Ele mostrou desfavorável com essa rigidez do governo federal e comentou que, acima de tudo é preciso melhorias e incentivos para o uso do transporte coletivo. “É preciso que haja transporte público de qualidade, não podemos admitir ônibus sem ar-condicionado”, destacou o especialista em trânsito da SMTU.
Ainda de acordo com a nova lei a receita gerada pelo pedágio ou outra forma de tributação deve ser destinada ao transporte coletivo, como a concessão de subsídio público à tarifa. O uso de bicicletas também precisa ser estimulado, segundo o texto. A lei também determina que os municípios fixem a tarifa máxima cobrada pelos táxis. A medida estimularia a competição por meio de descontos.
O engenheiro do Detran/MT, João Moessa, também discorda da proposta de tributação na área central. Ele comentou que antes de restringir o uso do transporte individual é preciso de investimentos no transporte coletivo. Segundo ele, é preciso investir em novas rotas e infraestrutura da malha interestadual, que compreende a região Metropolitana de Cuiabá. “A medida visa dar uma disciplinada no trânsito, mas, antes disso é necessário que se faça melhorias no transporte coletivo”, opinou.
ENQUETE
O RepórterMT, através de sua página no site de relacionamento Facebook, fez uma enquete sobre a possível cobrança de pedágio para motoristas que trafegarem pelas ruas e Avenidas do centro da cidade. As opiniões se dividiram, mas a maioria concorda que o transporte público é sem a menor condição na cidade.
Segundo a estudante, Juliana Dall Agnol, seria justo a cobrança se a prefeitura tivesse competência para implantar um serviço de qualidade no que se refere ao transporte público. “Se o transporte público fosse bom e valesse apena as pessoas deixariam o carro em casa”, afirmou.
Em contrapartida, Eva Cristiane, acredita que a proposta será bastante favorável para o controle da poluição no município. “É uma questão de meio ambiente, sobrevivência e organização para cidade”, disse ela. Porém, ela também questiona as precárias condições do transporte público da Capital, que, em sua opinião carece de rotas mal distribuídas.
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DADOS
Atualmente a frota cuiabana é de 310 mil veículos (entre motos e carros). Se levarmos em consideração os veículos do município vizinho, que é de 110 mil veículos, além daqueles que aqui transitam, podemos concluir, por exemplo, que na capital trafegam algo em torno de 500 mil veículos. Um estudo da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) repassado pelo diretor da SMTU ao RepórterMT diz que o trânsito de Cuiabá comporta apenas 100 mil veículos.
Fernando Göhl 12/01/2012
É muito polêmico o transito em Cuiabá por varios motivos: o relevo não ajuda em nada; ruas estreitas; transito troncado, vc precisa dar voltas para chegar em determinado local, sendo em que outras capitais bastaria dar a volta no quateirão; ruas de mão dupla deveriam ser mão única mas por motivos comodos continuam mão dupla; em relação a poluição a formulação destes é responsabilidade de uma máfia FEDERAL com GOVERNO incluido.
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