EXTRA
Eduardo Tornaghi pode não lembrar mais o galã das décadas de 70 e 80, mas o timbre aveludado de sua voz é inconfundível. Aos 62 anos, o ator que desistiu da carreira no auge não se arrepende da sua escolha. “Minha opção foi ter rotina simples, viver em paz com minha consciência. Lembro que, quando decidi sair, pensei: ‘Tenho bom carro, apartamento, como vou manter o padrão?’. Preferi acreditar no que buscava, vendi tudo e viajei pelo Brasil, dando aulas nas periferias, em presídio, para meninos de rua. Eu me orgulho de ter tomado essa atitude”.
Faculdade
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Apesar de Tornaghi dizer que nunca abandonou a profissão, houve um tempo em que isso de fato aconteceu. Foi quando fez Psicologia. “Após a faculdade, fui clinicar e não podia ser uma pessoa pública. Então, parei. Até receber uma ligação de Fernanda Montenegro me convidando para a peça ‘A mulher de todos nós’ (1975). Então, vi que não era um cientista, mas um artista. E voltei”, relembra o ator, que, entre outros sucessos, esteve em “Dancin’ Days” (1978) “Vereda tropical” (1984) e “A gata comeu” (1985).
Filhas adolescentes
Casado há 19 anos e pai de duas adolescentes (uma delas, Carolina, está na foto com ele), Tornaghi diz que faz “biscates como ator”, como a participação em “Uma rosa com amor” (2010), trabalha como locutor, dá palestra em escola e grupos de autoconhecimento. Tem também, há dez anos, o projeto “Pelada poética”, com encontros num quiosque no Leme, onde recita poesia. “É chegar e recitar. A intenção é dessacralizar a poesia”, conta.