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Diabetes é uma doença muito comum e está crescendo: entre 2006 e 2016 o número de brasileiros com diabetes aumentou 61,8%, o que significa que 8,9% das pessoas têm esse quadro, de acordo com a Vigitel (Vigilância de Fatores de risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), pesquisa do Ministério da Saúde.
Porém, se tratada cedo, é possível conviver bem com o quadro. Imagina só se ela for descoberta 20 anos antes do diagnóstico normal? Um estudo japonês apresentado no encontro deste ano da Associação Europeia para Estudo do Diabetes mostrou essa possibilidade.
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Feito com 27 mil pessoas sem diabetes e com, em média, 49 anos que foram acompanhadas entre 2005 e 2016, eles perceberam que o aumento de fatores como glicose em jejum, IMC (índice de massa corporal) e problemas na sensibilidade à insulina foram percebidos 10 anos antes do diagnóstico do diabetes ou pré-diabetes.
Mas de onde saiu a afirmação do diagnóstico 20 anos antes, então? Bom, as pessoas que desenvolveram diabetes já tinham alguns desses indicadores mais altos. Durante o tempo do estudo 1067 novos casos de diabetes foram identificado , e eles perceberam que esses fatores de risco foram mais comuns nesses indivíduos do que nos que não desenvolveram o problema. Veja a evolução da glicemia em jejum entre as pessoas que tiveram e que não tiveram diabetes:
10 anos antes do diagnóstico: 101,5 mg/dL e 94,5 mg/dL
5 anos antes do diagnóstico: 105 mg/dL e 94 mg/dL
1 ano antes do diagnóstico: 110 mg/dL e 94 mg/dL
Dos 15.778 indivíduos com glicemia normal no exame inicial de saúde, 4781 desenvolveram pré-diabetes durante o período do estudo, e as mesmas anormalidades, embora em menor grau, estiveram presentes pelo menos 10 anos antes do diagnóstico de pré-diabetes.
"Como a grande maioria das pessoas com diabetes tipo 2 passa pelo estágio de pré-diabetes, nossos achados sugerem que os marcadores metabólicos elevados para o diabetes são detectáveis mais de 20 anos antes de seu diagnóstico", , diz o Hiroyuki Sagesaka do Hospital Aizawa em Matsumoto, Japão, um dos líderes da pesquisa.
Lembrando que esse estudo é observacional, portanto novos estudos podem ser feitos. No entanto, ele indica que medidas de prevenção ao diabetes em pessoas que apresentam esses fatores de risco podem ser importantes.