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Cuiabá, 15 de Fevereiro de 2025
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04 de Outubro de 2018, 09h:12 - A | A

VARIEDADES / SAÚDE DA MULHER

Conheça o vaginismo, doença que tira o prazer do sexo em mulheres

A condição afeta de 3% a 5% da população feminina, mas ainda é pouco conhecida.

VEJA



Para muitas mulheres a primeira relação sexual pode ser dolorosa, especialmente por causa do medo e/ou estresse. Para outras, todas as experiências sexuais são extremamente desconfortáveis. Uma das explicações para esse fenômeno é o vaginismo, condição que afeta de 3% a 5% da população feminina, mas ainda é pouco conhecida. “Você não consegue controlar o que seu corpo está fazendo. Sentia que havia algum problema comigo. Que era minha culpa”, contou Isley Lynn à BBC.

O serviço de saúde pública do Reino Unido (NHS, na sigla em inglês) caracteriza o vaginismo como uma reação automática do corpo diante da possibilidade da penetração vaginal. “São mulheres que têm dificuldade de ter relação sexual porque contraem tanto a musculatura que não conseguem permitir que o pênis chegue nem perto da vagina”, disse Carolina Ambrogini, ginecologista e sexóloga, ao Portal Drauzio Varella. Algumas pessoas encontram dificuldade até para inserir um absorvente interno, sentindo dor de ferroada ou queimação. O mesmo vale para o sexo.

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De acordo com a especialista, na maioria das vezes a causa do problema é psicológica, geralmente envolvendo crenças religiosas que, muitas vezes, demonizam o sexo — principalmente antes do casamento — e cultuam a virgindade como algo sagrado. Outros fatores que podem desencadear a doença são traumas e abusos sexuais. 

Não é possível determinar quantas mulheres sofrem com o vaginismo já que muitas evitam falar sobre questões relacionadas a dor durante a relação sexual, que também pode ser causada por outros problemas.

Quais são os tipos?

A característica principal do Vaginismo, que é a contração dos músculos, é igual para todos os tipos do problema, porém como ele surge pode mudar.

Existe o vaginismo primário e o vaginismo secundário, que aparecem em momentos distintos da vida e podem ter outras causas diferentes.

  • Vaginismo primário

Como o nome mesmo diz, ele já aparece na primeira tentativa da mulher de ter uma relação sexual. Na maioria dos casos o problema só é descoberto nesse momento, mas é importante ressaltar que provavelmente ele já existia há muito tempo sem que a mulher soubesse.

Quem possui esse tipo de vaginismo não consegue perder a virgindade, pois é como se vagina criasse uma barreira e nada pudesse passar por ali.

Outros momentos antes do sexo que podem ser observados a presença dessa disfunção sexual feminina é na colocação de absorventes internos e exames ginecológicos.

Nesses momentos também há dificuldade e dores que podem ser alertas para o possível problema.

  • Vaginismo secundário

Esse tipo de vaginismo já é o que aparece mesmo depois que a mulher já teve relações sexuais saudáveis e sem desconforto.

A paciente pode ter grande parte da sua vida sem essa disfunção sexual (não tem relação nenhuma com a idade), e a partir de um momento, ela aparecer.

Causas

Não existe uma causa específica para o surgimento do vaginismo, tanto no primário quanto no secundário. As causas podem ter relações tanto físicas quanto psicológicas.

É comum que essa disfunção sexual seja confundida com outros problemas como as dispareunias, que também podem causar dor no ato sexual.

Mas para o médico é muito simples de diferenciar: apenas o vaginismo é que tem a contração involuntária dos músculos pélvicos. Dores causadas por outras doenças surgem de outras formas.

As possíveis causas podem estar relacionadas ao lado psicossomático (principalmente no vaginismo primário), no qual grande parte está ligado à traumas sexuais, como histórico de abuso sexual na infância. Podendo também estar diretamente ligados à criação, costumes de sexualidade, falta de conhecimento no assunto, medo do sexo entre outros.

Já as causas físicas podem estar relacionadas à infecções na vagina ou de urina, menopausa, partos normais, abortos etc.

Sintomas do vaginismo

Além do sintoma principal que é a impossibilidade de manter relações, pois a contração dos músculos da pelve impede a penetração, existem outros fatores que podem ser observados para ajudar a chegar no diagnóstico.

  • Dificuldade para manipular a região da vagina;
  • Dificuldade para colocar absorventes internos;
  • Dificuldade para realizar exames ginecológicos;
  • Baixa auto estima e ansiedade relacionado à temas sexuais.
  • Como descobrir?

Para o diagnóstico correto do vaginismo é preciso se consultar com um especialista.

Lá ele fará exames clínicos e de imagem para confirmar que há a contração involuntária na musculatura pélvica, além de analisar o histórico do paciente.

Tem cura?

Sim, o vaginismo tem cura. Para isso é preciso seguir o tratamento indicado pelo médico, que dependerá da causa e qual tipo de vaginismo a paciente tiver.

De forma geral, pode ser indicado um gel anestésico e botox para ajudar no relaxamento da musculatura, e é muito importante que também haja um acompanhamento psicológico.

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