Governo pode vender vagões excedentes do VLT; há proposta de R$ 150 milhões

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Deputado Oscar Bezerra diz que o dinheiro arrecadado poderia ser investido na conclusão da obra do modal.

RAFAEL DE SOUSA
FRANCISCO BORGES

O deputado estadual Oscar Bezerra (PSB) declarou em entrevista ao programa de rádio Jornal da Capital, nesta quarta-feira (16), que o governo do Estado teria recebido a informação de que uma cidade está interessada em comprar parte dos vagões do veículo leve sobre trilhos (VLT) de Cuiabá, adquiridos desnecessariamente pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB).

De acordo com o deputado, os recursos seriam suficientes para pagar parte da obra. “Há um excesso de vagões e isso colocaria um montante financeiro de R$ 150 milhões no caixa da Secretaria de Cidades”, revelou o socialista.

É que um estudo apresentado pelo próprio governo do Estado sugere que para os 22 quilômetros de modal, serão necessárias apenas 32 e não as 40 composições que foram adquiridas pelo custo de R$ 500 milhões. A venda dos vagões excedentes possibilitaria a arrecadação de recursos, sem prejuízos para obra. “Esse valor pode ser usado para a reativação efetiva do processo de reconstrução do modal. Somando esse valor [da venda] ao que já existe, mais o que o governo terá que aportar, concluiria linha do VLT que vai de Várzea Grande ao CPA”, frisou Oscar.

O deputado defende ainda a punição dos responsáveis pela não conclusão do VLT, que deveria ter sido inaugurado ainda antes da Copa do Mundo, realizada em junho de 2014. “Dentro do rol de culpados sete políticos envolvidos. Obviamente o ex-governador do Estado, Silval Barbosa [PMDB], Maurício Guimarães [ex-secretário da Secopa], o ex-deputado José Riva [sem partido], que em minha opinião foi o lobista disso tudo, Yênes Magalhães [ex-secretário adjunto da Secopa], Carlos Brito [atual presidente do MT Saúde], Eder Moraes [ex-secretário da Secopa] e 96 agentes públicos”, detalhou Bezerra.

Além dos políticos, o parlamentar, que conduziu como presidente as investigações da CPI das Obras da Copa, avisa que os servidores que participaram das fraudes também irão ser responsabilizados. “Aqueles que estavam ali dependendo da manutenção do seu cargo e que se não participassem daquela assinatura eram excluídos, hoje podem pagar o preço”, afirma.