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Cuiabá, 27 de Julho de 2024
27 de Julho de 2024

12 de Setembro de 2010, 13h:12 - A | A

POLÍTICA /

Cáceres: em decadência, Festival de pesca muda mês de evento



Da Redação

Com o nível do rio Paraguai descendo em média dois centímetros por dia, nesta seca prolongada que está sendo considerada a maior dos últimos dez anos, e sem previsão de chuvas para os próximos dias, seria impraticável a realização do Festival Internacional de Pesca Esportiva de Cáceres, o maior evento turístico do Mato Grosso, que acontecia tradicionalmente no mês de setembro. A seca e o perigo da propagação do vírus da gripe suína fez com que o FIP não acontecesse no ano passado, e motivou a administração municipal a mudar de forma permanente a data do evento, que agora acontece entre o final de abril e início de maio. Neste ano, o 30º FIP foi realizado de 24 de abril a 2 de maio e a mudança teve efeitos positivos, na avaliação da população, turistas e ambientalistas.

No período de realização do último festival, o nível do rio Paraguai esteve entre 3,74 e 3,02 metros. No dia 8 de setembro, quarta-feira, o nível era de 1,06. Se não chover e com o nível descendo dia a dia, o local da largada das embarcações estaria com o nível tão raso que impediria a saída dos barcos, exigindo, mais uma vez, obras de dragagem.

O coordenador de Meio Ambiente da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Turismo, Claudionor Duarte Correa, trabalha na organização do FIP há 25 anos. “A mudança da data deveria ter ocorrido há cinco anos, os técnicos da Sematur já haviam dado o alerta, expondo os problemas. O FIP em setembro, se perdurasse, seria um fracasso em termos de competição náutica”-avalia.

Claudionor ressalta o problema da dragagem, comumente feita nesta época do ano, e a cada ano em maior proporção. “Este tipo de ação no rio acaba provocando, no período da cheia, um retorno da areia dragada ao leito do rio, alterando sensivelmente o curso da navegação”.

Além da dragagem, outro fator ambiental levou o prefeito Túlio Fontes a mudar o calendário de eventos do município. Nesta época, o alto índice de queimadas prejudica a beleza cênica do pantanal, e o turista que vem para o FIP vem praticar o turismo ecológico, esperando ver a fauna e flora pantaneira.

A seca prejudica também o tráfego aquaviário, e no FIP o rio precisa estar propício à navegação, devido à quantidade de embarcações. “Com o rio baixo, seria grande a probabilidade de acidentes, por conta dos inúmeros bancos de areia que aparecem ao longo do rio, principalmente no local da concentração das embarcações”-explica o ambientalista. “No período de rio baixo, a movimentação dos barcos provoca ainda mais ondas, que arrebentam no barranco provocando desmoronamento. Na cheia, esses barrancos estão submersos e as ondas não ocasionam danos ambientais”-informa.

Há ainda outro fator preponderante: a falta de peixes nesse período, devido ao baixo nível das águas. Eles procuram águas mais profundas. “Para o FIP, as águas de abril e maio são as ideais. O rio não está cheio, é um período de vazante e baixa das águas, com um volume que não oferece perigo para a navegação, e a probabilidade de fisgar peixes é muito maior. Tanto que neste ano, a quantidade de peixes fisgados e devolvidos ao rio foi a maior dos últimos cinco anos”.

Para a mudança da data, o prefeito Túlio Fontes ouviu todos os segmentos. “Procurei informações técnicas, ponderei, analisei e hoje sei que tomei a decisão correta. Mesmo tendo sido o primeiro festival em nova data, tivemos êxito na organização e atraímos milhares de turistas para a cidade. O FIP já é um evento conhecido dentro e fora do Brasil, e a massificação da nova data já está sendo trabalhada”. O secretário de Meio Ambiente e Turismo de Cáceres, Luiz Mário Ambrósio Curvo, informou à reportagem que, mesmo com um calendário de eventos turísticos diversificado, que acontece no decorrer do ano, o 31º FIP já está sendo preparado. “É um mega-evento. A preparação acontece no decorrer do ano todo”. Com informações da assessoria.

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