Analista critica formato e defende modelo da TV dos EUA

ANDRÉA HADDAD

Escritor e analista político com pós-doutorado nos Estados Unidos (EUA), Alfredo da Mota Menezes critica o formato e, principalmente, o horário de veiculação do debate da TV Centro América (TVCA), afiliada da Rede Globo, em Cuiabá, entre os candidatos a prefeito, Mauro Mendes (PSB) e Lúdio Cabral (PT), realizado depois das 23h desta sexta (27).

“Entendo que deve seguir a programação da emissora, mas fica muito tarde, ainda mais em uma sexta”, avalia. Alfredo também reafirma que as normas impostas aos candidatos deixa o debate “engessado” e “morno”.

“Isto leva o candidato a recorrer à esperteza tão conhecida. Faz uma pergunta sobre tema que domina para poder falar na réplica, e não se importa com a resposta do adversário”, lamenta. O analista pondera, por outro lado, que é melhor ter o debate neste formato do que retroceder aos tempos da Ditadura, quando foi sancionada a chamada Lei Falcão, em alusão ao então ministro da Justiça, Armando Falcão. “Nas eleições proporcionais, o candidato só podia colocar uma foto e ouvíamos uma voz dizendo, de forma resumida, quem era ele e o que fez da vida”, relembra.

Ele também aproveita para elogiar o modelo dos EUA, onde o jornalista responsável pela mediação também pode intervir e contrapor os candidatos. “Deveríamos adotá-lo, pois o mediador pode comentar se não concordar com alguma coisa, da mesma forma que o adversário, mas tudo de forma educada. Quando um dos candidatos cita dados, logo a produção checa para a mediadora se procede ou não a informação. Acredito que este seja o melhor modelo”, defende.

Com término por volta da 1h, o debate da TVCA foi o último antes do segundo turno das eleições, marcado para este domingo (28). 

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