VANESSA MORENO
DO REPORTÉR MT
A mulher trans Larissa Karolina Silva Moreira, nome social de Júnior Silva Moreira, está detida preventivamente na Unidade Prisional Regional Feminina Ana Maria do Couto May. Ela foi presa em flagrante sob a acusação de adotar gatos para matá-los. Três animais já foram encontrados mortos próximo à residência dela.
Larissa foi presa no dia 13 de junho, após ter sido denunciada pela presidente da ONGs Tampatinhas da qual ela adotou um dos gatos mortos. No dia 14 ela passou por audiência de custódia e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva, pela juíza Silvana Ferrer Arruda, do Núcleo de Audiências de Custódia de Cuiabá.
>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão
Na decisão, a magistrada determinou que Larissa fosse presa em local próprio e específico devido a sua identidade de gênero, a fim de preservar a dignidade dela, bem como a identidade de gênero, segurança pessoal e integridade física e psíquica.
“Diante do pleito defensivo, e, considerando que a autuada se identifica como mulher transexual, recomendo expressamente ao diretor da unidade prisional competente que sejam observadas todas as diretrizes normativas e jurisprudenciais relativas à preservação da dignidade da pessoa custodiada, sua identidade de gênero, segurança pessoal diante da repercussão social dos fatos e integridade física e psíquica, inclusive quanto à possibilidade de recolhimento em local próprio e especifico a sua identidade de gênero (ala arco íris ou outra que atenda a sua condição)”, escreveu a magistrada.
Para a decisão, Silvana Ferrer Arruda usou como base uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que estabelece diretrizes e procedimentos com relação ao tratamento à população lésbica, gay, bissexual, transexual, travesti ou intersexo em sistemas carcerários.
O caso
No dia 13 de junho, protetores de animais denunciaram Larissa Karolina, pois ela e o namorado dela não estavam cumprindo o acordo de manter as OGNs atualizadas sobre a situação de gatos que foram adotados por eles. Por conta disso, a representante da Tampatinhas procurou a polícia e uma equipe da Dema foi até à casa dela, no bairro Porto.
Lá, a polícia constatou que um gato adotado havia sido morto e descartado no terreno baldio. Durante as diligências, outros animais foram encontrados sem vida no local.
Na casa de Larissa foram encontrados ainda um filhote de cachorro, várias rações para gato e nenhum felino. Um lençol sujo de sangue também foi encontrado.
A perícia agora trabalha para identificar se os gatos foram vítimas de zoofilia.
Larissa foi presa em flagrante e, após audiência de custódia, teve a prisão convertida em preventiva. O namorado dela foi liberado pois colaborou com a polícia.