RAFAEL DE SOUSA
DA REDAÇÃO
O Tribunal do Júri da 7ª Vara Criminal da Justiça Federal em Mato Grosso condenou, na tarde desta quinta-feira (30), o delegado aposentado da Polícia Civil, Ronaldo Antônio Osmar, a 14 anos e 3 meses de prisão, por encomendar o assassinato do missionário Vicente Cañas, em abril de 1987 no município de Juína (a 730 ao Norte de Cuiabá).
De acordo com o juiz Paulo Cézar Alves Sodré, que presidiu o julgamento, Ronaldo Antônio Osmar poderá recorrer da condenação em liberdade.
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A sentença ocorre 18 anos depois de o delegado ter sido inocentado na 2ª Vara Federal em Mato Grosso por seis votos a um, no entanto, o Ministério Público Federal (MPF) recorreu da decisão. Neste caso, a Justiça – em 2015 - remarcou novo júri, que ocorreu nesta quinta-feira, após o desembargador Ítalo Fioravante Sabo Mendes invalidar o primeiro julgamento.
RepórterMT/Reprodução

Missionário Vicente Cañas, assassinado em abril de 1987 no município de Juína.
Para o MPF, Ronaldo Antônio Osmar acordou a execução do missionário Vicente Cañas com outros oito homens, que armaram uma emboscada, sendo assim, o órgão pediu a condenação do delegado pelo crime de homicídio qualificado.
A defesa do réu afirma que vai recorrer da decisão porque não há provas de que ele tenha sido um dos mandantes do crime.
Vários indígenas e familiares de Vicente Cañas acompanharam o julgamento que começou na quarta-feira (29).
O Crime
De acordo com o processo, o missionário jesuíta – de 46 anos de idade – foi morto a pauladas e golpes de faca entre os dias 6 e 7 de abril à beira do Rio Juruena, localizado próximo ao município de Juína.
A investigação aponta que a morte está relacionada a conflito de terras indígenas.