JOÃO AGUIAR
DO REPÓRTER MT
O delegado Rafael Mendes Scatolon da Delegacia Especializada de Crimes Fazendários e Contra Administração Pública (Defaz) revelou que a MF Pescados, uma das principais revendedoras de frutos do mar de Cuiabá, revendia salmão estragado e em mal estado de conservação para os restaurantes de comida oriental da Baixada Cuiabana.
A declaração foi dada na manhã desta sexta-feira (30), após a deflagração da Operação Salmonidae, que investiga uma organização criminosa voltada à prática de sonegação fiscal, falsificação de documentos, uso de selo falso, tráfico de influência e corrupção.
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“Por se tratar de uma empresa do gênero alimentício, nós solicitamos apoio da Vigilância Sanitária e ficou claro durante as investigações que parte da mercadoria vendida pela empresa se tratava de salmão estragado e salmão em mal estado de conservação”, declarou o delegado.
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Ainda conforme Scatolon, o grupo tinha cinco empresas, sendo quatro fantasmas, localizadas em Várzea Grande, e a empresa ‘real’, a MF Pescados, em Cuiabá.
O esquema funcionava da seguinte forma: uma das empresas fantasma comprava o pescado, em mercados de São Paulo, onde a alíquota do imposto é de 7%, contra 17% em Mato Grosso. Porém, quando o produto chegava aqui, era emitida uma nova nota fiscal e o produto ‘repassado’ à MF Pescados, que deixava de pagar a diferença de 10% do imposto.
Então, quando a MF iria revender para os restaurantes e mercados, acabava “cobrando” os impostos de 17% na venda e ficando com um ‘lucro’ de 10% em cima do tributo.
O esquema foi descoberto em 2022, após auditoria da Secretaria da Fazenda de MT (Sefaz). A suspeita é de que o grupo cometa esse tipo de sonegação desde 2018. A quadrilha movimentou R$ 120 milhões em mercadorias, deixando de recolher aos cofres públicos R$ 20 milhões em impostos.
Mandados cumpridos
Nesta sexta, foram cumpridos 12 mandados de prisão em Cuiabá e Várzea Grande, um em Curvelândia, um em Nova Mutum e um em Campo Grande (MS). Também foram apreendidos R$ 26 mil em dinheiro, celulares, notebooks, computadores e outros itens.
Além disso, também foi realizado bloqueios, sequestro de imóveis e carros.
A investigação mostrou ainda que todos os “laranjas”, que eram dados como donos das empresas fantasmas, sem exceção, possuem passagens por furto, roubo e tráfico de drogas. Um deles, inclusive já foi preso quatro vezes.
Marcos 30/06/2023
Tá mais depois de tanto tempo só agora descobriu estranho em
1 comentários