LUIS VINÍCIUS
MARCIA MATOS
Representando os empresários José Mikael Malouf e Marcelo Malouf, donos da Construtora São benedito, os advogados Ulisses Rabaneda e Hendel Rolim, respectivamente afirmaram que seus clientes apenas colaboraram prestando esclarecimentos sobre cheques que teriam sido recebidos por eles ou trocados na unidade financeira. Os empresários foram levados de forma coercitiva, pela Polícia Civil, durante a deflagração da Operação Sodoma quatro para prestarem esclarecimentos na sede da Delegacia Fazendária do Estado, sobre um esquema de desvio de dinheiro público. O esquema teria ocorrido na gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) através da compra de desapropriação milionária, que envolveu transações pela factoring Piran Participações Investimentos,
"As pessoas que receberam esses cheques estão vindo esclarecer as transações financeiras que legitimam. Relacionadas a meu cliente as transações são absolutamente lícitas”, argumentou o advogado logo após Mikael Malouf prestar depoimento e ser liberado.
O advogado Rabaneda, que sustenta a defesa de Mikael alegou que não haveria qualquer irregularidade na transação.Ele recebeu cheques que seriam oriundos de propina paga na desapropriação de um terreno no bairro Jardim Liberdade, em Cuiabá.
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“Cheques eles transitam livremente, por simples endosso. A própria lei do cheque permite que o cheque percorra diversos contratos, ou sejam emitidos nominal a alguém. O endosso faça com que ele seja depositado em outras contas e receber cheques endossados não há crime nenhum. Então estão sendo analisados alguns cheques, onde foram depositados e as pessoas que receberam esses cheques estão vindo esclarecer as transações financeiras que legitimam. Relacionadas a meu cliente as transações são absolutamente lícitas”, argumentou o advogado logo após Mikael Malouf prestar depoimento e ser liberado.
"Marcelo tomou esse empréstimo e ele só foi ouvido na condição de testemunha e prestou todos os esclarecimentos necessários e está tudo bem”.
Já o advogado Hendel Rolim, alegou que seu cliente Marcelo Malouf não seria investigado, mas sim testemunha. Segundo ele, o empresário teria prestado esclarecimentos sobre um empréstimo feito junto à factoring de Piran.
“Seo Marcelo só foi conduzido como testemunha. Na verdade é uma operação financeira que foi realizada e seo Marcelo tomou esse empréstimo e ele só foi ouvido na condição de testemunha e prestou todos os esclarecimentos necessários e está tudo bem”, frisou o advogado que alegou não poder revelar o montante do empréstimo por conta do sigilo do processo. Ainda segundo Rolim, a casa e o escritório de Marcelo não teriam sido alvo de mandados de busca e apreensão. Ele foi liberado logo após prestar depoimento.
Após a saída de Mikael e Marcelo, chegou para prestar depoimento na Defaz, o empresário Alan Ayoub Malouf, proprietário do Buffet Leila Malouf, em Cuiabá. Tanto a mansão dele, como a empresa, foram alvos de mandados de busca e apreensão nesta segunda-feira. Ele não falou com a imprensa.
Também prestaram depoimento Valdir Piran Junior, filho do empresário Valdir Piran, preso em Brasília nesta segunda-feira, Eronir Alexandre, que trabalha no financeiro da factoring de Piran e Willian Soares Teixeira, além do cumprimento de buscas e apreensão em residências e empresas dos investigados.
SODOMA 4
A Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração (Defaz) deflagrou, na manhã desta segunda-feira (26) a quarta fase da Operação Sodoma, que investiga esquema de corrupção em várias secretarias durante a gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), que recebeu novo mandado de prisão contra ele. Ainda presos, o ex-secretário de Fazenda Marcel de Cursi e o ex-chefe de gabinete de Silval, Sílvio Corrêa, tiveram novos mandados de prisão cumpridos contra eles. Os novos alvos da operação foram Valdir Piran, dono da factoring Piran Participações Investimentos, que foi preso em Brasília, onde também foi detido o ex-secretário de Planejamento, Arnaldo Alves, e o ex-procurador do Estado, Chico Lima, que foi preso no Rio Janeiro. Ambos devem ser transferidos para Cuiabá ainda nesta segunda.
O foco da Operação Sodoma é o desvio de dinheiro público realizado através de uma das três desapropriações milionárias pagas pelo governo Silval Barbosa durante o ano de 2014. Os trabalhos de investigações iniciaram há mais de um ano.
As diligências realizadas evidenciaram que o pagamento da desapropriação do imóvel conhecido por Jardim Liberdade, localizado nas imediações do Bairro Osmar Cabral, nesta capital, no valor total de R$ 31.715.000,00 à empresa Santorini Empreendimentos Imobiliários Ltda, proprietária do imóvel, se deu pelo propósito específico de desviar dinheiro público do Estado de Mato Grosso em benefício da organização criminosa liderada pelo ex-governador do Estado de Mato Grosso, Silval da Cunha Barbosa.