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Cuiabá, 22 de Outubro de 2024
22 de Outubro de 2024

24 de Setembro de 2017, 07h:55 - A | A

OPINIÃO / RENATO GOMES NERY

Empatia

É preciso ter a empatia, mesmo com os bandidos.



Empatia é a tendência para sentir o que sentiria caso estivesse na situação e circunstâncias experimentadas por outra pessoa (Dicionário Aurélio Ed. Nova Fronteira 1999).

Os psicopatas não possuem empatia. O que acontece com o outro não o atinge. A falta de empatia, também, pode ser coletiva.

Podemos dizer que a nossa sociedade é psicopata, pois ela produz os representantes que temos.

Os mandatos são obtidos para cuidar dos interesses do povo, mas eles cuidam de si mesmos. Não têm qualquer pudor em se locupletar e se enriquecer com o dinheiro público sem se importar com o cidadão.

As crianças sem merenda. As filas do SUS. A violência... A fome... Os milhões de desempregados... A desesperança... A falta de perspectivas... O analfabetismo... O futuro roubado.... Nada disto sensibiliza quem devia cuidar da coletividade.

Toda vez que se apropria do dinheiro público em proveito próprio, alguém a mais irá sofrer as severas consequências e, especialmente, os mais pobres e desprotegidos.

A corrupção é um cancro que virou metástase em verde e amarelo.

Com o dinheiro que é arrecadado em impostos correspondente a 40% do PIB muitas nações entraram para o Primeiro Mundo e, por aqui, os valorosos filhos da pátria amada, levam o País em macha batida para o fim da fila.

É lamentável ter nascido aqui. É lastimável e vergonhoso ser brasileiro, nestes tempos "bicudos". Com terras, clima ameno, e chuvas abundantes e, enfim, com tudo a nossa favor, não damos conta de sair do limbo.

O povo desta terra promissora espera há tanto tempo por um futuro que aparece e desaparece como um "fogo fátuo" 

De tanto esperar pela esperança, o desânimo está tomando conta de todos.

Quantos não se foram para outros países a procura de uma vida melhor e mais estável?

As falcatruas são tantas e tão surpreendentes que o desalento tomou conta da sociedade que assiste apática ao desenrolar de crises e mais crises . De duelos e mais duelos entre os príncipes que repartiram o butim e ora brigam entre si para saber quem é pior.

Toda vez em que existe uma situação de grande injustiça, nos vemos na contingência de defender a aplicação de soluções rápidas e extremas. Eu tive um amigo, já falecido, que me disse: isto tudo se resolveria com um navio de fundo falso.

Realmente, uma embarcação destas seria salutar e de grande utilidade nestes tempos conturbados pela pornográfica corrupção.

Entretanto, ele se negava a pilotar o navio e a abrir o fundo falso. Assim como ele, eu não defendo soluções extremas que a minha consciência cristã repugna.

É preciso ter a empatia, mesmo com os bandidos. Afinal, vivemos num mundo cristão.

Entretanto, não posso desanimar e acredito que um dia tudo vai dar certo e pela via republicana e democrática.

Quando penso nos necessitados e, notadamente, nas crianças que esperam tanto de todos, não ouso e nem posso desanimar, pois é urgente lhes assegurar um porvir. Tenho que acreditar no futuro e num tempo melhor

Posso assegurar que o mundo em que viveu os meus pais e de muitas pessoas da sua geração era pior que o meu e o da grande maioria dos meus amigos, e a dos nossos filhos é melhor ainda.

Então, por que não acreditar?

RENATO GOMES NERY é advogado em Cuiabá.

[email protected]

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