Fernando Mellis
DO R7
Pessoas vacinadas no passado contra a varíola teriam alguma proteção contra a varíola do macaco (monkeypox) no surto atual? Esta é uma pergunta que tanto cientistas como a população têm feito a si próprios desde que o maior surto da doença começou, em maio deste ano, e se espalhou por mais de 80 países.
A varíola é uma doença que matou cerca de 500 milhões de pessoas ao longo da história e foi declarada erradicada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em 1980, graças aos esforços globais de vacinação iniciados anos antes.
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Naquela mesma época, um primo do vírus causador da varíola começara a infectar humanos: o monkeypox. Menos letal, o vírus se tornou endêmico em alguns países da África, como a Nigéria e a República Democrática do Congo.
O único surto fora do continente africano até então havia sido nos Estados Unidos, em 2003, com 47 casos confirmados em seis estados. A causa foi um carregamento de roedores importados de Gana.
Um dos primeiros indícios de que a vacina contra a varíola pode ter algum efeito contra o vírus monkeypox pôde ser observado naquela ocasião, lembra a virologista Clarissa Damaso, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e membro Comitê Assessor da OMS (Organização Mundial da Saúde) para Pesquisa com o Vírus da Varíola.