ANA FLÁVIA CASTRO
METRÓPOLES
Em Campo Novo dos Parecis (MT), oito aldeias indígenas abrem as portas do próprio “quintal” para apresentar seus ritmos, ritos e belezas naturais da região para os turistas. A prática, denominada etnoturismo, é também complemento de renda para a população Haliti-Paresi, que vive principalmente da agricultura — onde peixes e caça são cada dia mais raros por conta do avanço das lavouras.
Na porta de entrada para viver uma imersão na cultura desse povo, a natureza abraça o visitante como um oásis em meio às terras agrícolas que compõem a paisagem predominante no estado. O município pertence à região que abriga duas terras indígenas (TI) da mesma etnia: Utiariti e Paresi, com mais de 1 milhão de hectares e 65 aldeias, das quais 17 estão em Campo Novo.
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Mais que uma imersão cultural, o tempo percorrendo os pelo menos 35 quilômetros de estrada de terra permite ao visitante despir-se dos estigmas, preconceitos e valores arraigados. O tempo é suficiente para abrir caminhos em busca de conhecer a riqueza das tradições, rituais de passagem, artes de batalha, técnicas agrícolas e artesanato, típicos da etnia.
O povo Haliti-Paresi tem uma tradição milenar na região localizada no divisor das águas das bacias do rio Amazonas e do rio Paraguai, no ponto de encontro entre a Floresta Amazônica e o Cerrado. Atualmente, as TIs abrigam representantes dos subgrupos Kozarene, Waymare, Katxiniti, Warere, Kahete e Enomaniyere. Leia mais em METRÓPOLES