MAJU SOUZA
DA REDAÇÃO
O paisagista Eli Domingues de Araújo, de 65 anos, se tornou um personagem icônico das corridas cuiabanas. A verdade é que ninguém o conhece por Eli, no entanto, se for perguntado por “Xá Onça –Uga Uga” todo corredor já viu ou ouviu falar do homem pintado de vermelho, fantasiado de onça, que corre descalço as provas na Capital e região.
O conversou com o Eli para saber como se deu a criação do Xá Onça. O corredor começa explicando que o personagem foi construído na tradicional Corrida de Reis.
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“Foi na época em que comecei correr descalço, ai tinha aquela brincadeira ‘olha a onça, a onça está vindo aí. Vamos passar a onça’, ai ficou no linguajar cuiabano Xá Onça”, relembra o corredor.
Em 2009 foi o ano que o atleta começou a correr sem calçados.
“Sou sobrevivente do futebol, esporte violento tanto o de campo como o de salão. Fui várias vezes internado por conta de violentas agressões desse esporte arte. Depois, entrei no esporte do fôlego (corrida de rua) e encontrei paz e alegria”, afirma Xá Onça.
“Durante uma corrida estava com pé doendo muito, então decidir tirar os tênis e seguir descalço. Muita gente me chamou de louca, mas eu nem liguei”, explica.
Questionado se sente dor, Eli disse que já está acostumado desde a infância a andar descalço e que gosta. Entretanto, ele aponta que há dificuldades, pedras, vidros, parafusos e mais, que deve estar sempre bem atento, pois, já machucou algumas vezes.
“Sou sobrevivente do futebol, esporte violento tanto o de campo como o de salão. Fui várias vezes internado por conta de violentas agressões desse esporte arte. Depois, entrei no esporte do fôlego (corrida de rua) e encontrei paz e alegria”, afirma Xá Onça.
Foi em 2010, que o paisagista incorporou o apelido e começou a pintar a pele de urucum (tipo de fruto que pigmenta a pele de vermelho) e usar perucas e badanas.
Cada competição Xá Onça adota um estilo diferente, mas sempre com os pés livres e a pele avermelhada. Ultimamente ele diz que tem usado mais o manto de onça.
Xá Onça revela que o seu bordão ‘Uga Uga’ é uma forma de expressar a personagem que interpreta, mas ele ressalta que o linguajar da onça é desconhecido.
Vale ressaltar que Eli não chama atenção só pelo visual irreverente e pelos pés descalços, Xá Onça desperta o espírito da união, pois, por cada quilômetro que passa durantes as provas, incentiva corredores das mais diversas idades.
Xá Onça revela que o seu bordão ‘Uga Uga’ é uma forma de expressar a personagem que interpreta, mas ele ressalta que o linguajar da onça é desconhecido.
A frase ‘Uga Uga’ é como dizer oi e, por onde passa, as pessoas ao verem já devolvem ‘Uga Uga’.
Eli relata que as pessoas sempre o procuram para tirar foto, fez diversas amizades e que já deu força as pessoas sem saber.
“Uma amiga das corridas me contou no sábado passado, que ajudei ela a superar uma depressão. Teve uma corrida em 2018, que corri ao lado dela, só para acompanhá-la, no tempo dela. Eu não sabia que ela estava passando por essa luta. Corri brincando com ela naquele dia”, conta.