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Cuiabá, 23 de Junho de 2025
23 de Junho de 2025

18 de Junho de 2021, 11h:04 - A | A

ESQUENTANDO / HOMOFOBIA NA IGREJA

JN apresenta reportagem contra padre de MT que chamou repórter de "viadinho"

Declaração do repórter Erick Rianelli ao marido dele, o também repórter Pedro Figueiredo, por conta do Dia dos Namorados, viralizou.

REDAÇÃO
COM JN



O Jornal Nacional, da TV Globo, dessa quinta-feira (17), repercutiu a fala homofóbica do padre Paulo Antônio Müller, da paróquia da cidade de Tapurah, contra o repórter Erick Rianelli ao marido dele, o também repórter Pedro Figueiredo.

O jornal afirmou que no fim de semana passado, quando se comemorava o Dia dos Namorados, viralizou na internet uma declaração do repórter Erick ao marido dele. Originalmente, a declaração tinha ido ao ar no ano passado. Mas, ao voltar a circular, provocou ataques homofóbicos aos dois jornalistas da Globo, e também um movimento solidário de apoio nas redes.

A declaração foi durante o Bom Dia Rio no dia 12 de junho do ano passado: “Pedro Figueiredo, meu amor, meu marido, eu te amo. Feliz Dia dos Namorados para gente e para todos os casais apaixonados que estão nos assistindo. Que todo mundo tenha um Dia dos Namorados maravilhoso.”

ASSISTA VÍDEO AQUI

No mesmo jornal, outros repórteres também fizeram declarações para maridos, esposas e namoradas.

Quando o vídeo voltou a circular, surgiram os ataques homofóbicos por Alexandre Geleia, dono de uma lanchonete em Brasília, e por um padre de Mato Grosso.

Durante a missa do último domingo (13), o padre Paulo Antônio Müller, da paróquia da cidade de Tapurah, usou o momento do sermão para fazer ataques. A cerimônia era transmitida pelas redes sociais da paróquia.

“Desculpa, dois viados. Um repórter e um viadinho, chamado Pedrinho.’Prepara meu almoço, tô chegando, tô com saudade’. Ridículo. Que chamem a união de dois viados, duas lésbicas, como querem, mas não de casamento, por favor”, disse o padre.

O Ministério Público do estado de Mato Grosso abriu uma investigação para apurar o caso e informou que as declarações do padre extrapolaram a liberdade religiosa e que podem resultar em medidas extrajudiciais, de ação civil pública por dano moral coletivo causado à sociedade, bem como ação penal, por eventual crime cometido.

Depois dos ataques, muitas demonstrações de solidariedade nas redes sociais. O padre Júlio Lancellotti fez uma publicação em que lembrou que homofobia é crime.

Fabi, campeã olímpica de vôlei, também se manifestou, assim como lideranças sociais e ativistas LGBT.

A Comissão de Combate às Discriminações e Preconceitos da Assembleia Legislativa do Rio, presidida pelo deputado Carlos Minc, do PSB, aprovou uma moção de solidariedade aos repórteres e de repúdio contra as declarações.

O deputado Márcio Pacheco, do PSC, cantor e compositor católico, também se manifestou: “Ofende o direito das pessoas de se relacionarem com afetividade. É direito. E o amor sempre vence. E repudio as palavras que eu não quero repeti-las aqui, tão agressivas, as quais não remontam ao direito à cidadania e muito menos o direito à fé.”

O Jornal Nacional procurou o padre Paulo Antônio Müller, mas não teve resposta.

Nós pedimos um posicionamento ao empresário Alexandre Geleia. O grupo Geleia Burger declarou que está apurando o real contexto das mensagens, que comportamentos ilegais e antiéticos de envolvidos não correspondem aos valores da empresa e dos demais sócios e que acredita no amor de todas as formas.

A TV Globo se solidariza com Erick Rianelli e Pedro Figueiredo, reafirma seu compromisso com a diversidade e repudia veementemente toda forma de preconceito.

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