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Cuiabá, 13 de Junho de 2025
13 de Junho de 2025

12 de Outubro de 2015, 07h:58 - A | A

ESPORTES / CONHEÇA A HISTÓRIA DE BETH

Vítimas de estupro na infância podem se tornar psicopatas; 2015 já teve mais de 300 casos, em Cuiabá

Psicólogos informam que trauma pós violência sexual desencadeia uma série de transtornos de comportamento como rogadição, inclinação para o crime, consumo de álcool, repulsa ao sexo oposto, nojos, entre outros.

KEKA WERNECK
DA REDAÇÃO



Um documentário da HBO, exibido em 1992, conta a história de Beth, uma menina que perdeu a mãe quando tinha um ano e ela e o irmão ficaram com o pai. A menina foi severamente abusada sexualmente por ele.

A história da menina Beth, que se tornou psicopata, serve para mostrar a extensão de um trauma deixado em crianças que são abusadas sexualmente, havendo ou não penetração.

As duas crianças foram retiradas do pai e, após ficarem por pouco tempo tutelados, adotadas por um casal, que, tempos depois da adoção, perceberam traços de crueldade e outros transtornos na menina, que fazia questão de torturar o irmão, ameaçar os pais de morte e se excluir do convívio social. Beth foi considerada psicopata e passou por longo tratamento. Nas gravações ela afirma a seu terapeuta que machucava os outros porque foi machucada.

Veja o impactante documentário aqui.

A história de Beth serve para mostrar a extensão de um trauma deixado em crianças que são abusadas sexualmente, havendo ou não penetração.

Os psicólogos afirmam que aquela vivência vai ficar registrada dentro da criança e só poderá ser elaborada com muita ajuda de profissionais da área, familiares e convívio social.

De acordo com informações da Deddica, só este ano, mais de 300 crianças foram abusadas sexualmente em Cuiabá, isso quer dizer que todos os dias, a pedofilia faz uma nova vítima.

De acordo com informações repassadas pela Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica) à imprensa local, só este ano, mais de 300 crianças foram abusadas sexualmente em Cuiabá, isso quer dizer que todos os dias, a pedofilia faz uma nova vítima.

Se o problema já parece grande o suficiente, é importante informar ainda que há subnotificação. Muitas meninas e meninos agredidos, sem ter a noção exata de que são vítimas, costumam esconder esse “segredo” a vida toda, até porque muitas vezes são ameaçados de alguma forma.

Outra informação já consolidada é que a maioria dos agressores não são estranhos, mas, assim como aconteceu com Beth, o pai, um padrasto, o avô, um tio, o vizinho, um amigo da família, o namorado da irmã e por aí em diante. No entanto, há também casos envolvendo agressores estranhos à criança.

Metade dos casos de estupros no Brasil (50,7%) envolve menores de 12 anos, e isso se repete em todos os estados, conforme pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Os adolescentes (entre 14 e 17 anos) são vítimas em 19,4% dos casos.

O promotor da Infância e Juventude diz que quando envolvem crianças loiras, brancas, de classe média ou ricas, a sociedade se comove. “Mas e quanto a essas crianças que a gente vê na rua, geralmente negras, de famílias desestruturadas? Essas não comovem ninguém e ainda são discriminadas”

O estudo conclui que o "dado é absolutamente alarmante, uma vez que as consequências, em termos psicológicos, para esses garotos e garotas são devastadoras". Ainda de acordo com a pesquisa, 88,5% das vítimas são do sexo feminino e 51% de cor preta ou parda.

O promotor da Infância e da Juventude de Cuiabá, José Antônio Borges, afirma que o maior número de casos, envolvendo crianças, levados ao Ministério Público Estadual (MPE) na capital também é de violência sexual e física. “Isso é gravíssimo e vejo que muitos dos casos são ligados ao uso de drogas, mediante a figura de mães omissas, usuárias”, destaca.

Ele destaca ainda que quando os casos de violência envolvem crianças loiras, brancas, de classe média ou ricas, a sociedade se comove com a dor delas. “Mas e quanto a essas crianças que a gente vê na rua, geralmente negras, de famílias desestruturadas? Essas não comovem ninguém e ainda são discriminadas”, lamenta.

Uma criança que sofre abuso sexual na infância, havendo ou não conjunção carnal, pode desenvolver uma série de comportamentos, como certificam diversos estudos sobre o assunto.

Depressão, repulsa a convívio social, transtornos sexuais, sexualidade precoce, comportamento de risco, prejuízo cognitivo de aprendizagem, problemas na escola, drogadição, inclinação para o crime, consumo de álcool, repulsa ao sexo oposto, nojos, psicopatia são alguns dos comportamentos indicativos de algo nefasto aconteceu no passado.

Muitas das crianças estupradas e abusadas sexualmente, vítimas que não receberam a devida orientação, pós trauma, completam um ciclo que se repete historicamente, fazendo, mais tarde, já na adolescência ou vida adulta, o papel de agressor.

Recentemente o maníaco que apavorou a população de Cuiabá e Várzea Grande, Herley Nascimento dos Santos, de 34 anos, que foi preso em Rondônia, e confessou à Polícia ter estuprado 40 mulheres, cometido 300 roubos e participado de 30 assassinatos, revelou em seu depoimento que teria sido abusado sexualmente na infância.

Em casos que chocaram a população de Cuiabá, criminosos 'famosos' como o assassino do menino Kayto, em 2010 e recentemente o maníaco que estuprou 40 mulheres revelaram que sofreram violência sexual na infância.

Outro caso que ficou cruelmente famoso em Cuiabá em meados de 20110, foi quanto ao assassinato do menino Kayto Guilherme Nascimento, de 10 anos. Edson Alves Delfino, 31 anos, que matou e abusou sexualmente do garoto, foi condenado a 35 anos de prisão pelos crimes de homicídio qualificado, atentado violento ao pudor e ocultação de cadáver. 

Em seus depoimentos Edson também revelou que sofria abuso sexual na infância.

Delfino já era reincidente nos crimes. Ele havia abusado sexualmente e matado a pauladas o garoto Anderson Costa da Silva, 10 anos, na cidade de Primavera do Leste (MT), em 1999. O outro garoto que o acompanhava não teria sido assassinado por Delfino porque fingiu estar morto. Por este crime, Delfino foi condenado a 46 anos de cadeia, mas foi beneficiado com a progressão de regime e passou para o regime semi-aberto após cumprir uma parte da pena. Nesse período de quatro meses de liberdade condicional, Delfino começou a prestar serviço no residencial onde morava o garoto Kayto Pinto e se interessou por ele. O assassino ofereceu uma carona ao menino quando ele ia para a escola. O garoto aceitou porque o conhecia, mais de uma semana depois o corpo foi localizado em um terreno baldio. Assim como Herley, que causou pânico pelos estupros, o assassino de meninos não demonstrava arrependimento.

 

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Marje 05/10/2020

Eu fui molestada e abusada ainda bebê pelo meu avo6 adotivo. Depois por meu pai até a idade adulta. Quando contém pra meu marido o que ele fazia,meu marido falou no boteco para os amigos e ele matou meu marido. Eu nao6 tinha a quem contar. Todos defendiam ele porque era rico e se passava por melhor homem do mundo. Ameaçava matar a mim e meus filhos. Fazia chantagens e muitas ameaças. Esperei minha filha mais nova completar maioridade para por fim ao tirmento porque ele queria tirar minhas filhas ,pra fazer com elas o mesmos. Se eu contasse ninguém acreditaria pois ele desde que eu era pequena fazia com que todos me revelassem . apanhei muito. Fui escrava na infância. Sou de origem italiana. Não sou afro. Agora com 63 anos. Detesto contato físico com homens. Nem me imagino tendo nenhum tipo de relacionamento físico sexual. Vovó sozinha. Tenho síndrome de pânico. Depressão. Afasto qualquer um que queira se aproximar . fazer treze anos que não permito que nenhum homem se aproxime de mim. Aquele que deveria ser meu herói foi meu algoz.

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lu 20/09/2016

Não concordo com essa afirmação, qual a porcentagem exata de crianças estupradas ao crescer se tornaram psicopatas, assassino, estupradores também? Qual quer pessoa pode se transforma em alguém assim, essa criança foi avaliada como uma possível psicopata, vi a entrevista dela e acho uma criança confusa, que quer retribuir oque recebeu; ela cresceu e não virou nenhum mal elemento.

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2 comentários