RAFAEL DE SOUSA
DA REPORTAGEM
Raquel Jaques Brunini - irmã do empresário Rivelino Jacques Brunini, que teria sido assassinado a mando de João Arcanjo Ribeiro - é a primeira testemunha de acusação ouvida nesta quinta-feira(10), no julgamento em que o ex-bicheiro é acusado de ser o mandante de dois assassinatos, além de uma tentativa de homício.
Em depoimento marcado pelo rancor, Raquel Jaques Brunini afirmou à juíza Mônica Catarina Perry, que fugiu há 12 anos do Brasil por medo do ex-comendador.
Em depoimento marcado pelo rancor, Raquel Jaques Brunini afirmou à juíza Mônica Catarina Perry, que fugiu há 12 anos do Brasil por medo do ex-comendador.
Na audiência Raquel destacou que sua família teria sido ameaçada diretamente por Arcanjo.
“Ou vocês somem, ou não vai sobrar um”, disse Raquel reproduzindo a ameaça. Saímos de Cuiabá como cachorros por causa do desgraçado desse homem”, disparou ainda indignada, a testemunha que afirma ter recebido as ameaças por telefone.
Raquel não quis delatar na presença do réu. O advogado dele [Arcanjo] chegou a fazer um requerimento para evitar o depoimento, mas foi indeferido pela magistrada.
Raquel disse que seu irmão tinha em torno de mil máquinas caça níqueis, e que para operar em Cuiabá e Várzea Grande tinha pedido a ‘permissão’ de Arcanjo, que cobrava cerca de R$ 500 por unidade.
Quanto aos motivos que teriam levado ao duplo assassinato, Raquel contou à juíza que seu irmão tinha em torno de mil máquinas caça níqueis, nos anos de 2000, e que para operar em Cuiabá e Várzea Grande tinha pedido a ‘permissão’ de Arcanjo, que teria passado a cobrar cerca de R$ 500 por unidade mensalmente.
De acordo com a testemunha cada máquina faturava em torno de R$ 500 por semana. Com o faturamento em alta iniciaram as brigas entre Rivelino e os sócios Fauze Rachid Jaudy Filho e Sargento Jesus.
“Um estava roubando o outro e começaram as discussões. Também vinham empresários do Rio de Janeiro uma vez por semana para pegarem porcentagem”, frisou.
“Ou vocês somem, ou não vai sobrar um”, disse Raquel reproduzindo a ameaça. “Saímos de Cuiabá como cachorros por causa do desgraçado desse homem”, disparou.
Raquel afirmou que tempos depois capangas de Arcanjo foram até o barracão, onde funcionava a Mundial Games, na Avenida da FEB em Várzea Grande e mandaram fechar o local. Então Brunini ficou proibido de trabalhar no segmento.
“O coronel Gutemberg e o Lepester chegaram contando as máquinas. Depois disso tiveram reunião com Arcanjo para tentar resolver, mas não teve acordo”, relatou.
Depois disso, Raquel afirma que o sargento Jesus ofereceu outra proposta, dizendo que poderiam montar outro galpão, em Várzea Grande, mas escondido de Arcanjo, já prevendo os crimes que poderiam ser cometidos pelo ‘comendador’. Então Revelino alertou: “Meu irmão disse que não havia um crime que acontecesse sem a autorização de Arcanjo”, lembrou.
Raquel ainda ressaltou em seu depoimento que a marca Colibri era uma forma de Arcanjo dizer: “aqui é o meu pedaço”. Revoltada ela questionou: “Agora vão dizer que esse homem [João Arcanjo] é um santo?”, sendo repreendida pela magistrada em seguida: A senhora está aqui para responder as perguntas e não expor a sua opinião”, pontuou Mônica.
Veja parte do depoimento da irmã de Revelino: