ANA ADÉLIA JÁCOMO
Durante dois anos consecutivos a Expedição WDC/Abranet afirmou que Mato Grosso tem a pior internet do país. O diretor do projeto itinerante, Vanderlei Rigatieri, disse que o objetivo do projeto é medir a qualidade da Internet banda larga em cidades de todo o Brasil. Mato Grosso é considerado o pior estado em velocidade na Rede, segundo a WCD, e a cidade de São Felix do Araguaia a pior de todas as visitadas.
Vale lembrar que, em menos de dois anos, Cuiabá será uma das cidades-sedes da Copa do Mundo de 2014 e o serviço precisa melhorar para o atendimento a turistas, delegações estrangeiras, seleções e a imprensa mundial.
Além da rede ruim, o diretor da expedição explicou que foram registradas as condições da infraestrutura de cada região – e as estradas ruins com tráfego pesado de caminhões que, aos poucos vão formando crateras nas pistas, também é uma marca de Mato Grosso, segundo a expedição.
No norte do Estado, a equipe da expedição disse que as operadoras não conseguem atender toda demanda, pois não estariam capacitadas com links dedicados de alta velocidade dada a falta de redes de longa distância baseadas em fibra-ótica nas cidades. Isso destruiria a qualidade de quem precisa de banda-larga na região.
Rigatieri afirma que se a Telebrás investisse na região conseguiria mudar o panorama da banda-larga. “Nessa região podemos dizer que os provedores de acesso via rádio são heróis, empresários desbravadores que conseguiram investir e criar suas redes mesmo nesse ambiente de adversidades”, diz trecho do relatório.
Foi verificado que em todas as cidades visitadas existe pelo menos um provedor via rádio, na média três, que têm no mínimo 200 a 300 assinantes cada um e que geram em média quatro empregos cada.
Outro grave problema apontado pela equipe é sobre a indisponibilidade de internet em alguns pontos das cidades. Vanderlei reclama da falta de cobertura de algumas operadoras. “O cabo só chega até dois quilômetros da torre. Muita gente reclamou que não consegue uma internet em casa porque a empresa não tem cobertura”, explica.
Ao todo, foram visitadas ano passado17 cidades em Mato Grosso: Rondonópolis, Cuiabá, Chapada dos Guimarães, Nobres, Sorriso, Sinop, Colíder, Alta Floresta, Guarantã, Peixoto de Azevedo, Matupá, União do Norte, São José do Xingu, São Felix do Araguaia, Nova Xavantina, Barra do Garças e Primavera do Leste. Confira o site da organização aqui.