METRÓPOLES
Já se perguntou por que, enquanto alguns homens têm o pênis reto, muitos deles também possuem o órgão um tanto quanto torto, seja para a esquerda ou para a direita? Pouca gente sabe, mas um dos motivos para isso acontecer é a doença de peyronie.
Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), cerca de 18% dos homens adultos são acometidos pela peyronie. Ela ocorre por conta de traumas no pênis, muitas vezes causados, entre outras razões, por uma relação sexual (ou mesmo masturbação, ainda que raro) mais intensa.
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“Acontece uma lesão no corpo cavernoso, e uma posterior cicatrização. Dá para sentir um nódulo no pênis, e esse nódulo, que é uma calcificação, encurta uma das partes do órgão. O pênis fica com um lado mais curto que o outro, por isso que entorta”, explica o urologista e sexólogo Danilo Galante
Segundo o médico, a maior parte dos pacientes têm uma curvatura menor que 30 graus. Contudo, existem casos tão severos que o pênis chega a formar um L. Nos mais graves, geralmente é preciso intervir cirurgicamente.
“Em casos de comprometimento funcional, nos quais o homem não consegue ter relações sexuais – seja por conta de uma consequente disfunção erétil, por que é impossível ou mesmo por dor, nós operamos”, diz.
Porém em casos mais leves, ou mesmo mais graves, em que a funcionalidade do pênis não é comprometida e não há dor, a cirurgia é dispensada. “Há situações em que se trata apenas de estética. Se existe tortuosidade, mas o paciente está feliz, não sente dor e consegue fazer sexo, não há necessidade”, afirma.
Posições perigosas
Apesar da intensidade interferir, Danilo garante que, mais importante que a intensidade com a qual o sexo é feito, é a posição. O grande fator de traumas é quando há penetração em um ângulo diferente do que deveria ser.
A se existe uma “vilã” do Kama Sutra quando o assunto é doença de peyronie, é a famosa e queridinha cavalgada. Apesar de ser uma posição prazerosa, tanto para quem está por baixo quanto para quem está por cima, é preciso ter cuidado na hora de praticá-la.
“Nessa posição, nas entradas e saídas, existe uma boa possibilidade de, na volta, o pênis entrar torto e ser dobrado. Principalmente se quem estiver por cima estiver apoiado com os pés em vez de com os joelhos. Isso causa uma fratura”, explica.
“Eu nasci assim, eu cresci assim”
Apesar de ser um dos principais motivos para tortuosidade, a peyronie não é a única explicação para isso. Muitos homens, por exemplo, já nascem com uma certa curvatura, o que é chamado de “pênis torto congênito”.
Isso acontece quando há desproporção entre os tamanhos dos corpos cavernosos e da uretra. Esses casos não exigem tratamento, a não ser que atrapalhem o desempenho sexual no futuro.
“Chamamos de doença de peyronie a tortuosidade causada por trauma e com caso clínico de dor. Se o paciente não nasceu, se enquadra no quadro da doença”, finaliza Danilo.