UOL
Para os cristãos, o Natal celebra o nascimento de Jesus Cristo. Embora as festividades ocorram normalmente na noite do dia 24 de dezembro e as festividades prossigam até o dia 25, não se sabe, exatamente, quando e como Ele teria nascido. Uma coisa, contudo, é certa: a figura principal do cristianismo não nasceu no dia 25 de dezembro.
Além disso, o local é alvo de controvérsia entre os pesquisadores e não há consenso de qual lugar de Israel Jesus teria vindo ao mundo.
>> Clique aqui e participe do grupo de WhatsApp
Conheça abaixo a origem da data e veja o que se sabe sobre o nascimento de Jesus. Jesus existiu mesmo? Provavelmente Comecemos pelo início. Embora, analisando pelo prisma da fé, a existência de Jesus seja inquestionável para os devotos do cristianismo, pelo aspecto histórico não há provas concretas da existência de Jesus.
"Não há evidência material. Temos evidências indiretas: a cidade que nasceu, a profissão que exerceu, movimentos parecidos com o dele que são atestados em documentos. Outro aspecto que pode ser considerado um indício forte são os ensinamentos que expressam ideias diferentes daquelas que eram passadas por outros mestres rabínicos.E o fato de serem passados por terceiros é um indício de que há alguém por trás", diz Marcelo Carneiro, professor da pós-graduação em Ciências da Religião da Universidade Metodista de São Paulo.
Para o professor, outras evidências históricas reforçam a possibilidade de Jesus ter, mesmo, existido - embora existam problemas na cronologia.
De acordo com Carneiro, Jesus teria nascido por volta do ano 4 a.C e morrido por volta do ano 27 ou 29 d.C. - assim batendo com as figuras históricas da época citadas em passagens bíblicas.
"Jesus como pessoa histórica tem uma probabilidade muito grande de ter existido, mesmo. O que ele fez, de fato, nunca vamos ter com clareza. Mas, da mesma forma, quando alguém fala, algum fundo de verdade tem. O que sempre digo para os meus alunos é que os textos não são relatos fidedignos, mas há relatos de fatos acontecidos. É um documento de fé, não é algo jornalístico", explica.
Nascimento de Jesus Cristo não ocorreu no dia 25
Se Jesus provavelmente existiu, há, portanto, uma data de nascimento. Em todos os calendários do mundo ocidental, o dia 25 de dezembro estará em uma cor diferenciada. Afinal, é o feriado do Natal, a celebração do nascimento de Jesus. No entanto, é impossível afirmar que Cristo nasceu, mesmo, nesta data.
Para Fernando Ripoli, professor na Faculdade de Teologia da Universidade Metodista de São Paulo, é importante enfatizar que Jesus não nasceu em 25 de dezembro. Carneiro corrobora essa visão, citando que na Bíbla não há nenhuma menção a este dia.
"O Novo Testamento não faz menção a nenhum dia específico do nascimento de Jesus. Inclusive, a palavra 'Natal' não aparece. Na Bíblia, há relatos dos evangelistas sobre o nascimento de Jesus. E eram considerados relatos apenas para confirmar a maneira que Jesus nasceu", diz Carneiro.
Por que se comemora o Natal em 25 de dezembro?
Para entender como o Natal adotou o dia 25 de dezembro nos calendários, é preciso voltar no tempo e entender a origem do cristianismo.
Inicialmente, os cristãos eram parte de uma "seita" dentro do judaísmo. A separação ocorreria mais tarde. Em 325, os cristãos, antes perseguidos no império romano, passaram a ter liberdade de culto; em 380, o cristianismo se tornou a religião oficial dos romanos. E, entre o sincretismo religioso dos romanos, um dos deuses mais importantes era Mitra, o deus-sol.
A festa dele? No dia 25 de dezembro. "A tradição cristã escolheu uma data, muito provavelmente em um movimento missionário, aproveitando a deixa cultural existente. Havia toda uma tradição dos povos na antiguidade com o chamado Solstício de inverno no hemisfério norte. E entre os romanos havia a adoração do sol invicto. Então, foi uma oportunidade para os cristãos ressignificarem a festa", aponta Gerson Leite de Moraes, pastor e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Quer saber mais? Clique aqui
Rogério Sales 25/12/2021
Esse professor precisa voltar a estudar. A evidência histórica e bíblica exclui o dezembro, ou qualquer outro mês do inverno, como se enquadrando nos relatos sobre o nascimento de Jesus. Além disso, a Bíblia revela por meio de profecias a época do ano em que Jesus nasceu. Onde faz isso? No livro de Daniel, capítulo 9, encontramos uma das mais impressionantes profecias sobre o Messias. Descreve tanto sua vinda, como ser ele decepado na morte, que forneceu um sacrifício resgatador para expiar pecados e estabelecer a base para a humanidade obediente obter “justiça por tempos indefinidos”. (Daniel 9:24-27; compare com Mateus 20:28.) Segundo esta profecia, tudo isso seria realizado dentro dum período de 70 semanas de anos, a partir do ano 455 AEC, quando saiu a ordem de reconstruir Jerusalém.* (Neemias 2:1-11) À base da contagem do tempo nesta profecia pode-se discernir que o Messias apareceria no começo da 70.ª semana de anos. Isto ocorreu quando Jesus se apresentou para o batismo, em 29 EC, iniciando oficialmente seu papel messiânico. “Na metade da semana”, ou depois de três anos e meio, o Messias seria decepado na morte, acabando assim com o valor de todos os sacrifícios ofertados sob o pacto da Lei mosaica. — Hebreus 9:11-15; 10:1-10. Esta profecia revela que o ministério de Jesus duraria três anos e meio. Jesus morreu na Páscoa de 14 de nisã (segundo o calendário judaico), na primavera setentrional de 33 EC. A data equivalente naquele ano seria o 1.º de abril. (Mateus 26:2) Contar para trás três anos e meio situa seu batismo em 29 EC, no começo de outubro. Lucas nos informa que Jesus tinha cerca de 30 anos quando foi batizado. (Lucas 3:21-23) Isto significa que o nascimento de Jesus também se deu perto do início de outubro. Em harmonia com o relato de Lucas, os pastores, naquela época do ano, ainda estariam “vivendo ao ar livre e mantendo de noite vigílias sobre os seus rebanhos”. — Lucas 2:8. De que fonte? Visto que a evidência indica o começo de outubro como a ocasião do nascimento de Jesus, por que é este celebrado em 25 de dezembro? The New Encyclopædia Britannica mostra que esta celebração foi adotada séculos depois do nascimento de Jesus: “Durante o quarto século, na maioria das igrejas orientais, passou a adotar-se gradualmente a celebração do nascimento de Cristo em 25 de dezembro. Em Jerusalém, a oposição ao Natal durou mais tempo, mas ele foi subseqüentemente aceito.” Por que foi este costume tão facilmente aceito muitos séculos depois de Cristo por aqueles que se chamavam cristãos? The New Encyclopædia Britannica lança mais luz sobre este assunto: “Os costumes tradicionais relacionados com o Natal tiveram origem em diversas fontes, em resultado da coincidência da celebração do nascimento de Cristo com as observâncias agrícolas e solares, pagãs, no meio do inverno. No mundo romano, as saturnais (17 de dezembro) eram uma ocasião de festejos e de troca de presentes. O 25 de dezembro também era considerado como data natalícia do misterioso deus iraniano Mitra, o Sol da Justiça.” Será que tudo isso era realmente uma “coincidência”? De modo algum! É um fato da História que, no quarto século EC, sob o Imperador Constantino, o Império Romano mudou de perseguidor do cristianismo para patrocinador dum “cristianismo” como religião aceita. Ao passo que mais da população em geral, à qual faltava uma formação no verdadeiro sentido do cristianismo, adotou esta nova crença, começou a celebrar suas costumeiras festividades pagãs com recém-conhecidos títulos “cristãos”. Que data seria mais apropriada para a celebração do nascimento de Cristo do que o 25 de dezembro, já marcado como natalício do “Sol da Justiça”? Faz alguma diferença? Há pouco motivo para se duvidar de que os primeiros seguidores de Jesus, que eram de origem judaica, não celebravam seu nascimento. Segundo a Encyclopaedia Judaica, “a celebração de natalícios era desconhecida no tradicional ritual judaico”. Os primitivos cristãos certamente não adotariam tal celebração. Em vez de celebrarem o nascimento de Jesus, respeitariam a ordem dele, de comemorar a sua morte, para a qual tinham uma data incontestável, a saber, 14 de nisã. — Lucas 22:7, 15, 19, 20; 1 Coríntios 11:23-26. Séculos antes de Cristo, o povo judeu, que então era a nação escolhida de Deus, foi profeticamente advertido sobre o fim do seu vindouro exílio em Babilônia: “Desviai-vos, desviai-vos, saí de lá, não toqueis em nada impuro; saí do meio dela, mantende-vos puros, vós os que carregais os utensílios de Jeová.” (Isaías 52:11) Eles deviam retornar à sua pátria para restabelecer a adoração pura. Seria inconcebível que adotassem os impuros costumes pagãos ou formas de adoração que haviam observado em Babilônia. Não surpreende que esta mesma ordem seja repetida para os cristãos em 2 Coríntios 6:14-18. Em lugar da nação judaica que rejeitara a Cristo, os seguidores dele tornaram-se representantes da adoração pura. Tinham a responsabilidade de ajudar outros a sair da escuridão espiritual e a entrar na luz da verdade. (1 Pedro 2:9, 10) Como é que fariam isso se misturassem os ensinos de Cristo com costumes e feriados de origem pagã? Embora possa agradar muito ao gosto popular, a celebração dum “Natal Branco” é equivalente a “tocar em coisa impura”. (2 Coríntios 6:17) Quem realmente amar a Deus e a Cristo tem de evitar isso. Além de o Natal ter suas origens em celebrações pagãs, vimos também que não corresponde à verdade, visto que Jesus nasceu em outubro. Sim, não importa que cena possa surgir na imaginação, Jesus simplesmente não nasceu na época de neve. Encontrará uma explicação mais plena desta profecia na página 26 da brochura Haverá Algum Dia um Mundo sem Guerra?, publicada pela Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados. Jerusalém coberta de neve, vista do Somente na época quente podem os pastores ficar com seus rebanhos à noite nos Garo Nalbandian
1 comentários