ANA ADÉLIA JÁCOMO
O prédio da Câmara de Vereadores de Cuiabá ainda permanece sem energia. Localizado na Avenida Barão de Melgaço, onde nenhum outro imóvel está com problemas elétricos, o Paschoal Moreira Cabral teve suas atividades legislativas suspensas até que a rede interna seja restabelecida.
O secretário-geral Aparecido Alves afirmou nesta quarta-feira (4) ao RepórterMT que não haverá sessão plenária amanhã. Segundo ele, um curto circuito na chave central de transformadores danificou toda rede elétrica da Câmara.
“Arrumamos um ponto, mas depois descobrimos que haviam outros pontos danificados. O curto circuito se estendeu a outras fases dentro da Casa. Tem um pessoal trabalhando porque não é competência da Cemat resolver isso. Não há previsão de quando tudo estará em ordem, mas é certo que amanhã não haverá sessão”, disse o secretário.
Nos bastidores há quem garanta que o “apagão” é fruto de uma espécie de sabotagem, pois havia uma grande expectativa de que esta semana os parlamentares fossem votar o requerimento que pede o afastamento do presidente João Emanuel (PSD). Por conta disso, nos corredores da Câmara rumores davam conta de que a falta de energia teria sido uma maneira de impedir que a sessão acontecesse, aumentando assim as possibilidades de haver acordo entre os pares.
O vereador Renivaldo Nascimento (PDT) foi o único que afirmou que acredita na possibilidade de haver boicote, mas preferiu não citar os nomes dos possíveis responsáveis. O fato é que a Casa vive dias de tensão. A instauração de cinco CPI´s causou um racha profundo entre a Mesa Diretora e a base aliada do prefeito Mauro Mendes (PSB). A falta de energia, coincidentemente ou não, tranca a votação que pede o afastamento do presidente.
Na última sessão – que ocorreu na última quinta-feira (29) - a base aliada realizou uma sessão extraordinária e votaram pelo afastamento. Segundo o líder do prefeito Leonardo de Oliveira (PTB), João Emanuel cometeu prevaricação e quebra de decoro. Na ocasião, as luzes do plenário, misteriosamente, também foram apagadas e a presidência alegou problemas técnicos. João Emanuel conseguiu uma liminar na justiça e ele continua na presidência do Poder Legislativo Municipal.