RENAN MARCEL
Depois de ter confiado nas informações do Governo do Estado e dizer que estava satisfeito com explicações sobre os atrasos nas obras da Copa do Mundo de 2014 em Cuiabá, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, mudou o discurso e demonstrou preocupação, em rede nacional, com três estádios construídos para o Mundial, entre eles a Arena Pantanal.
De acordo com reportagem veiculada nesta quinta-feira (10) pelo Jornal Nacional, da Rede Globo, Valcke pediu atenção redobrada às obras da Arena, para que o prazo final de entrega seja cumprido. A determinação da Fifa é de a obra fique pronta até dezembro deste ano.
Nesta semana representante da Federação esteve em Cuiabá e visitou o “Novo Verdão”, debaixo de protestos dos professores grevistas, que estão revoltados com o Governo Silval Barbosa (PMDB). Na ocasião, ele garantiu, novamente, que Cuiabá não será excluída das 12 cidades-sedes da Copa, mesmo diante dos atrasos encontrados em todas as obras decorrentes da realização do Mundial.
O secretário disse que confiava na entrega do estádio até dezembro de 2013 e negou que as exigências da Fifa tenham encarecido a compra das polêmicas cadeiras da Arena.
“Estou confiante com a mensagem que nos foi transmitida. O governo nos explicou que será feita uma nova licitação, que deve fornecer os assentos dentro do prazo”, disse.
Questionado sobre o valor das cadeiras que seriam compradas (R$ 19,4 milhões), o representante da Fifa disse que jamais foram solicitadas “cadeiras de ouro maciço”.
“É incrível como sempre colocam a culpa na Fifa, e culpam somente pelo o que é mal. A Fifa não exige que os assentos sejam de ouro maciço. Os nossos requisitos são técnicos, se referem ao espaço entre as cadeiras, o prazo de entrega, a quantidade de cadeiras...Nós não requeremos o que não é necessário”, rebateu.
Depois de investigada pelo Ministério Público Estadual (MPE), o Governo teve que cancelar a compra das cadeiras e fará um novo pregão. O cancelamento gerou, novamente, o burburinho de que a Capital ficaria de fora da Copa, já que o prazo seria insuficiente para a entrega da Arena. Valcke, no entanto, negou o fato.
“A Copa é daqui oito meses e eu já disse uma vez claramente que não há mais como retirar agora uma das 12 cidades sedes. Não tem como. A Copa vai ter 12 cidades-sedes”, disse.
Para não comprometer ainda mais o cronograma da Arena, a nova empresa terá que ser capaz de fornecer, até o dia 20 de dezembro, os mais de 42 mil assentos do estádio.
Além da Arenan Pantanal, também são preocupantes o Estádio Mané Garrincha, no qual foi detectada má qualidade do gramado, e a Arena da Baixada, em Curitiba, que foi embargada por falta de segurança para os trabalhadores.