ANA ADÉLIA JÁCOMO
Diante do possível afastamento do deputado federal Homero Pereira (PSD), que inicia na próxima semana um tratamento contra o câncer, a ex-senadora Serys Marly (sem partido) não descartou a possibilidade de assumir a vaga do colega no Congresso Nacional, já que é 2ª suplente.
Nesta sexta-feira (15) ela afirmou ao RepórterMT que não "almeja a oportunidade", dizendoc que seu principal desejo é que o tratamento com a quimioterapia traga a cura com rapidez ao deputado. No entanto, ela declarou que, caso tenha direito, tem interesse em assumir o posto temporariamente.
Para isso, o primeiro suplente da coligação, secretário de Educação Ságuas Moraes (PT), precisa renunciar. A possibilidade é grande nos bastidores, já que o PT tem apenas essa pasta no staff do governador Silval Barbosa (PMDB).
“Espero que o Homero não precise tirar licença. Estou muito preocupada com seu estado de saúde, mas se ele tirar licença, temos que aguardar para saber se o Ságuas vai querer a vaga na Câmara. Estou pronta para o que der e vier. Dentro das regras do Direito, vou lutar para assumir a vaga. Terei que consultar advogados para entender melhor tudo isso”, disse Serys.
A sucessão na Câmara deve ser um problema à parte dentro do PT. A ex-senadora é a segunda suplente e pode ser autorizada pela ex-agremiação a assumir o posto de Homero. Todavia, a possibilidade deve gerar crise interna.
Ela pediu a desfiliação partidária durante o segundo turno nas eleições municipais deste ano, sob o argumento que se sentia discriminada no partido. A atitude não foi vista com bons olhos e o racha foi profundo.
O presidente estadual do PT, Wiliam Sampaio, afirmou que a legenda irá avaliar a situação com cautela, justamente pela indisponibilidade de Ságuas. “Vamos ter que analisar juridicamente, porque a Serys não é mais do PT”, limitou-se a dizer o presidente. O ex-deputado Victório Galli (PMDB) é o terceiro suplente da coligação. Caso o PT não consiga entrar num entendimento, ele pode assumir o lugar de Homero.