RENAN MARCEL
O secretário de Educação Ságuas Moraes (PT) deixa a pasta esta semana para assumir uma vaga na Câmara Federal, em Brasília. A cadeira será desocupada pelo deputado federal Homero Pereira (PSD).
O momento é de uma das maiores crises enfrentadas pela pasta, já que a greve dos professores perdura por quase dois meses, inconciliável, e deixa mais de 400 mil alunos sem aula. Mesmo assim, o petista se diz satisfeito com o resultado dos trabalhos realizados em sua gestão.
“Nós tivemos muitas ações positivas e avanços importantes, significativos. Isso nos deixa, certamente, satisfeitos com os trabalhos”, avaliou Ságuas.
Entre tais ações, segundo ele, está a instalação de condicionadores de ar em 300 escolas de Mato Grosso, e a reforma de quase 90% das unidades de ensino. O Estado possui 700 unidades escolares.
“Nós estamos concluindo agora a climatização de trezentas escolas, o que representa 65% das escolas. E, até o fim do governo Silval Barbosa [PMDB], todas as escolas que têm fase de energia de alta tensão serão climatizadas. Além disso, 90% está totalmente reformada ou são novas”, garantiu ele.
Além desses fatores, ele cita ainda a remuneração dos professores, que nos últimos três anos teve ganho real de quase 20%, segundo o secretário.
“De 2010 pra cá, tivemos um ganho real de salário de quase 20%. Como eu disse, esses são avanços importantes”.
Apesar do positivismo, Ságuas reconhece que a realidade do setor está aquém do ideal e transfere ao próximo secretário a responsabilidade de cumprir atribuições para atingir metas do Governo.
“Nós ainda temos que avançar mais na questão da estrutura e dos equipamentos das escolas e também na remuneração dos profissionais. Não está tudo concretizado, sempre surgem novas demandas. É um setor dinâmico. O próximo secretário vai ter que continuar avançando nisso”, analisa.
Substituição
O Partido dos Trabalhadores (PT) se reúne nesta segunda-feira (7), às 18h, para decidir e anunciar o nome escolhido para substituir Ságuas na Seduc. Depois, uma reunião com o governador Silval Barbosa deve ocorrer, para oficializar a escolha.
O nome da secretária-adjunta de Educação, Rosa Neide, é a primeira opção de Silval. Ela já esteve à frente da secretaria no início da gestão do peemedebista. O ex-deputado federal Carlos Abicalil e o deputado estadual Alexandre César também são cotados para o cargo.
A primeira missão do novo gestor será, justamente, entrar em acordo com o Sindicato dos dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), para finalizar o impasse deixado por Ságuas.
Sobre o movimento grevista, Ságuas diz que o Estado chegou ao limite do que poderia para atender às reinvindicações dos educadores.
‘Nós atendemos todas as pautas de reivindicação dos profissionais, mesmo que de forma não integral. Eu vejo que o Estado chegou no seu limite. Nós não temos pra onde ir mais”, comentou sobre as negociações.
Reivindicações dos grevistas:
-Realização imediata de concurso público;
-Garantia da hora-atividade para interinos;
-Aplicação dos 35% dos recursos na educação como prevê a Constituição Estadual;
-Autonomia da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) nos recursos devidos na área.
-Política que vise dobrar o poder de compra dos educadores em até 7 anos;
-Chamamento dos classificados do último concurso;
-Melhoria na infraestrutura das escolas.
