FERNANDA ESCOUTO
DO REPÓRTER MT
A defesa dos cabos da Polícia Militar Anderson de Amaral Rodrigues e Alan Carvalho da Silva, presos por suspeita de participar do assalto a uma agência do Sicredi, em Brasnorte (a 587 km de Cuiabá), no último dia 31 de julho, pediu que o processo entre em sigilo para evitar exposição desnecessária.
Como justificativa, a defesa alegou também que o sigilo evitará que o processo seja conduzido pela opinião pública e a “ânsia punitiva”.
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Os advogados pontuam que a exposição irrestrita pode comprometer a imparcialidade do julgamento, a integridade da prova e, principalmente, a privacidade e a imagem dos acusados, “que, até prova em contrário, gozam da presunção de inocência”.
“A manutenção do acesso irrestrito, com a constatação de acessos de terceiros sem ligação com o processo, apenas agrava este cenário, comprometendo a busca pela verdade real e a lisura da persecução penal”, diz trecho do pedido.
Outro ponto levantado pela defesa é que embora sejam agentes públicos, a vida privada e a imagem, especialmente diante de acusações tão graves e midiáticas, merecem proteção contra a exposição desnecessária.
"No presente caso, a proliferação de acessos por pessoas estranhas ao processo, em um contexto de intensa cobertura midiática e 'ânsia punitiva', demonstra um risco concreto à integridade da investigação e à imparcialidade do processo".
“O acesso por terceiros sem relação com o processo indica que as informações não estão sendo utilizadas para o controle social legítimo, mas sim para finalidades que podem desviar a atenção do mérito e prejudicar a honra e a dignidade dos acusados”, completou.
Assalto e prisão
No dia 31, quatro homens armados invadiram a agência bancária, renderam funcionários e clientes e levaram cerca de R$ 400 mil dos cofres e caixas eletrônicos. Até o momento, 14 bandidos foram presos, dentre eles, os dois policiais militares.
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De acordo com as investigações da Gerencia de Combate ao Crime Organizado (GCCO), o envolvimento dos PMs no crime tinha o objetivo de facilitar a fuga do bando. Os dois tinham ordem de simular uma troca de tiros com os assaltantes, mas não agiram “por falta de coragem”.
Eles foram presos em flagrante pelos crimes de corrupção passiva e prevaricação.
No último dia (6), o promotor de Justiça Henrique de Carvalho Pugliesi pediu a manutenção da prisão dos militares.
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