RAFAEL DE SOUSA
DA REDAÇÃO
O filho do senador Blairo Maggi (PR), o empresário André Maggi, será ouvido, na tarde desta quinta-feira (17), pela delegada Cleibe Aparecida de Paula, da Delegacia Fazendária (Defaz), em Cuiabá. Ele teria recebido por meio de sua conta corrente cheques que totalizaram R$ 19,1 mil e que foram apreendidos na "Operação Sodoma" da Polícia Civil. A informação ‘vazou’ na imprensa na tarde desta quarta.
Por meio de nota, André disse que a “as cópias dos cheques apreendidos na operação e depositados em sua conta referem-se ao pagamento de uma parcela da venda de um terreno na Av. Beira Rio, feito à Matrix Sat Rastreamento de Veículos Ltda".
O nome do filho de Blairo passou a ser investigado após ele receber quatro cheques no valor R$ 4,7 mil da empresa Casa Engrenagem Ltda, que faz parte do Grupo Tractor Parts, o mesmo que teve seu proprietário como delator de um esquema de cobrança de propinas para manter a concessão de benefícios fiscais.
A delação do diretor do grupo e outros empresários, culminou nas prisões dos ex-secretários da de Estado Pedro Nadaf e Marcel de Cursi (eles atuaram na gestão Silval nas pastas de Industria Comércio, Minas e Energia, Fazenda, Casa Civil e Fazenda, ambos na gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), que é considerado foragido).
Por meio de nota, André disse que a “as cópias dos cheques apreendidos na operação e depositados em sua conta referem-se ao pagamento de uma parcela da venda de um terreno na Av. Beira Rio, feito à Matrix Sat Rastreamento de Veículos Ltda, com sede em Cuiabá, do qual André Maggi era um dos proprietários, juntamente com outras quatro pessoas”, destaca.
Ele garante que "todos os esclarecimentos necessários, tendo em vista, a operação comercial ter sido feita dentro dos parâmetros legais” relata.
André promete explicar à Justiça detalhes da operação financeira que ligou seu nome ao esquema de pagamento de propina a políticos da gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) com o objetivo de manter ou conceder incentivos fiscais a empresas no Estado. Ele garante que "todos os esclarecimentos necessários, tendo em vista, a operação comercial ter sido feita dentro dos parâmetros legais” relata.
OPERAÇÃO
As ações fazem parte da operação "Sodoma", realizada pelo grupo operacional do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira), força-tarefa permanente composta pela Delegacia Fazendária, Ministério Público Estadual, Secretaria de Fazenda de Mato Grosso e Procuradoria Geral do Estado, com apoio do Sistema de Inteligência do Estado.
A operação prendeu os ex-secretários e ainda há um mandado de prisão contra o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) por participar de uma suposta organização criminosa composta por agentes públicos que ocuparam cargos do alto escalão do governo do Estado nos anos de 2013 e 2014. A Polícia apura crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Até o momento ainda estão sendo cumpridos mandados de condução coercitiva.
O secretário-geral do Cira, promotor Fábio Galindo, informou que a operação ocorre no curso da investigação criminal iniciada há mais de quatro meses e está amparada em robusto acervo de provas da participação dos investigados e mediante minuciosa análise de dados e de documentos, dentro das mais modernas técnicas de Inteligência. O secretário-geral informa ainda que agentes policiais estão agindo nos estritos termos da Lei e em cumprimento à ordem judicial expedida pela Vara de Combate ao Crime Organizado de Cuiabá.
O nome da operação é uma referência à cidade de Sodoma, que foi destruída em razão dos elevados níveis de corrupção praticada pelos seus moradores. Após 10 horas de depoimento, Nadaf d Cursi foram levados para o Centro de Custódia, anexo ao antigo Carumbé.