CAROL SANFORD
DA REDAÇÃO
A Comissão de Ética da Assembleia Legislativa deve arquivar o pedido de investigação contra os deputados estaduais que foram citados na delação do ex-governador Silval Barbosa e alvos da Operação Malebolge, em setembro.
O pedido de investigação foi feito pelo Movimento Organizado pela Moralidade Pública e Cidadania (Ong Moral), que requer o afastamento dos citados. No entanto, a Ong não teria legitimidade para propor uma ação contra parlamentares.
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“Estamos analisando a legalidade do pedido e nos próximos dias vamos reunir toda a Comissão de Ética para deliberar sobre o assunto. Não há qualquer constrangimento com os colegas porque considero como normal a análise de questões como essa”, disse o corregedor da Assembleia, deputado Saturnino Masson (PSDB).
Ao todo, 15 deputados no atual mandato foram citados na delação de Silval. Guilherme Maluf (PSDB), José Domingos Fraga (PSD), Mauro Savi (PSB), Sebastião Rezende (PSC), Pedro Satélite (PSD), Gilmar Fabris (PSD), Romoaldo Júnior (PMDB), Baiano Filho (PMDB) e Dilmar Dal Bosco (DEM) aparecem em uma lista de pagamento de propina.
Alguns foram filmados recebendo dinheiro no gabinete do ex-assessor de Silval, Silvio Corrêa, para apoiar a gestão do ex-governador. Domingos Fraga aparece ao lado do atual deputado federal Ezequiel Fonseca (PP), enchendo uma caixa com dinheiro. Já Fabris foi flagrado cobrando propina e reclamando do valor repassado por Silvio.
O deputado estadual Ondanir Bortolini, o Nininho (PSD), foi acusado de negociar propina para conseguir a concessão da rodovia estadual MT-130, para a instalação de pedágio. Adalto de Freitas, o Daltinho (SD), foi citado como chantagista por Silval. Segundo o ex-governador, ele teria gravado uma conversa em que parlamentares acertavam a cobrança de propina.
Já os deputados Wagner Ramos (PSD), Silvano Amaral (PMDB) e Oscar Bezerra (PSB) teriam supostamente cobrado valores para que Silval não fosse envolvido na investigação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Obras da Copa do Mundo.
Oito dos parlamentares delatados: Bezerra, Fabris, Fraga, Nininho, Baiano, Silvano e Ramos, tiveram os gabinetes na Assembleia e residências vasculhados pela Polícia Federal em setembro, na deflagração da Operação Malebolge.















