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Cuiabá, 16 de Novembro de 2025
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17 de Outubro de 2017, 15h:15 - A | A

PODERES / ESCUTAS CLANDESTINAS

Cabo da PM confessa participação e delata envolvidos em esquema

Considerado peça-chave nas investigações dos grampos conduzidos pela PM, o cabo Gerson Luiz Ferreira fez revelações em depoimento, na segunda-feira (16).

DA REDAÇÃO



O cabo da Polícia Militar, Gerson Luiz Ferreira, preso desde o dia 23 de maio por participação no esquema de interceptações telefônicas clandestinas, operadas pela PM, decidiu colaborar com as investigações e confessou o envolvimento, assim como apontou outras pessoas.

Gerson prestou depoimento na segunda-feira (16) para os delegados Ana Cristina Feldner e Flávio Stringueta, no Complexo Judiciário Miranda Reis, e fez revelações sobre os nomes de envolvidos, a forma e o período em que as escutas clandestinas foram feitas, além de para quem as informações eram repassadas. No entanto, para que a delação tenha valor, precisa ser homologada judicialmente.

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Os delegados ainda conduzem as investigações porque não foram notificados da decisão do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Mauro Campbell, em avocar todos os inquéritos referentes às interceptações telefônicas ilegais de Mato Grosso, na última sexta-feira (13).

O cabo foi preso e acusado pelo desembargador do Tribunal de Justiça, Orlando Perri, de ser o operador e executor do Sistema Sentinela, equipamento desenvolvido para que as escutas ilegais fossem feitas pela PM, por meio do Núcleo de Inteligência. Ele está detido no Centro de Custódia da Capital.

O desembargador ainda apontou dois episódios que tiveram participação ativa de Gerson nas escutas clandestinas.

O primeiro, e que podemos considerar a mola propulsora de todas as investigações deflagradas [investigação-matriz], diz respeito aos fatos ocorridos na Comarca de Cáceres, com a inclusão de pessoas estranhas à investigação, introduzidas como se criminosas fossem, para o fim de se quebrar sigilos telefônicos de forma oculta”, destacou Perri.

A denúncia, feita pelo promotor Mauro Zaque, apontou que entre os anos de 2014 e 2015 advogados, jornalistas, empresários, políticos e magistrados tiveram os celulares “grampeados” em uma investigação de tráfico de drogas internacional.

O segundo caso ocorreu na “possível quebra de sigilo telefônico, na modalidade “barriga de aluguel”, ocorrida na “Operação Ouro de Tolo”, processo código 414652, onde foi incluído o terminal pertencente ao ex-governador Silval Barbosa [PMDB], mesmo ele não sendo investigado naqueles autos”.

Perri declarou que o cabo Gerson foi figura central nos dois casos, por ser o principal operador e desenvolvedor do Sistema Sentinela.

O registro desses fatos, prestam a confirmar a participação do Cb. PM Gerson Luiz Ferreira Correa Júnior na trama delituosa”, afirmou o desembargador.

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