facebook-icon-color.png instagram-icon-color.png twitter-icon-color.png youtube-icon-color.png tiktok-icon-color.png
Cuiabá, 05 de Dezembro de 2024
05 de Dezembro de 2024

29 de Novembro de 2024, 14h:01 - A | A

OPINIÃO / NAILTON REIS

Saúde Mental do Homem, precisamos falar disso!

NAILTON REIS



Como sabemos esse mês é usado para debatermos sobre a Saúde do Homem com ênfase no câncer de próstata e já falamos sobre o câncer de próstata e de sua dimensão psicológica que entra em embate com o papel social masculino na nossa sociedade: mas será que é só esse problema? Por que ocorre a baixa aderência dos homens a busca pelos serviços de saúde e ao cuidado consigo mesmo? Será que essas coisas têm conexão?

Desde criança, os meninos são estimulados a não demonstrarem seus sentimentos, já as meninas podem expressá-los de maneira mais livre; eles têm que serem fortes, viris e não demonstrar sentimento, pois assim serão vistos como um homem; só que essa exigência social acaba causando diversas complicações de ordem psicológicas, pois a fase da infância em nossa sociedade é a fase que teremos um treinamento das nossas habilidades humanas de maneira assistida.

Pais, professores, babás, cuidadores e a sociedade sempre estarão lá explicando para a criança o que ela deve fazer ou o que é aquilo que ele está sentindo e a maneira como ele deve agir com aquilo. Pois então, é justamente nessa fase que deveríamos orientar nossos meninos o que eles estão sentindo e o que fazer com aquele sentimento que negamos a eles esse direito; precisamos trabalhar e entender seus sentimentos e emoções.

Não é raro ouvirmos histórias que “ah, meu pai não gostou do que eu fiz, bebeu e depois de bêbado agrediu eu, minha mãe e meus irmãos”, uma das hipóteses para isso é que quando pequenos, eles foram demonstrar seus sentimentos e eles mesmo foram reprimidos muitas vezes com agressão física e hoje sem sabem como agir com os seus sentimentos, eles não veem outra alternativa a não ser devolver ao mundo a mesma agressividade com que foram tratados, é claro que aqui não quero reduzir o mais complexo dos seres (que é o ser humano) há um só caminho, trago aqui uma breve explicação de alguns estudos que já foram feitos para entender o comportamento agressivo masculino caso necessite de atendimento clínico, orientação ou mesmo queria conhecer mais ou debater o sobre o assunto pode me chamar em minhas redes sociais, instagram - nailtonreispsi.

Quando esse sujeito cresce sem habilidades com seus sentimentos acaba tendo uma vida profissional com uma certa habilidade adaptativa para a vida profissional, porém no seu contexto amoroso, afetivo, de cuidado com o outro e consigo próprio. Ele quase não sabe o que fazer e acaba tornando-se uma pessoa com propensão para diversos transtornos psicológicos e a válvula de escape mais utilizada é o abuso de álcool e outras drogas. Mesmo sendo algo que já falei em outro artigo quando falei sobre suicídio no próximo artigo retornarei ao tema de dependência química pois sendo o mês da Saúde do Homem e sendo eles os que mais utilizam as substâncias psicoativas, acho necessário falarmos mais sobre isso - estou com agenda aberta para atendimento clínico e avaliações psicológicas.

São muitos os motivos para o abuso de drogas porém, um dos mais recorrentes dentre o público masculino relatados no tratamentos clínicos é a fuga da falta de habilidade emocional, no consultório não é raro a chegada de pacientes homens que não sabem interpretar seus sentimentos e vivenciá-los e acabam por desenvolver pensamentos invasivos de auto destruição, ideação suicida, transtorno obsessivo compulsivo, síndrome do pânico dentre outros transtornos depressivos e ansiosos.

Esses homens que buscam ajuda na maioria das vezes veem acompanhados de seus cônjuges amigos ou familiares nas suas primeiras consultas, e é por esses motivo que falamos tanto do valor da rede de apoio para ajudá-los a ter uma vida mais saudável e harmoniosa com seus familiares e amigos. Sem essa atitude de apoio só estaremos contribuindo para o aumento do índice de homens que vivem praticamente isolados socialmente, famílias formadas só por mães, homens abandonados pelas suas famílias que na maioria das vezes mesmo tendo filhos, netos e ex-mulher morrem abandonados em hospitais.

Nailton Reis é Psicólogo e atua na área de Neuropsicologia, Avaliação psicológica e Psicologia Clínica.

>>> Siga a gente no Twitter e fique bem informado

Comente esta notícia