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Cuiabá, 24 de Maio de 2025
24 de Maio de 2025

14 de Dezembro de 2012, 07h:58 - A | A

OPINIÃO / AIRTON REIS

Fusão: Cultura e Turismo? Não!

AIRTON REIS



Viola no fundo do baú. Nem siriri, nem cururu. Festival no mesmo angu. Rima pra que te quero? Refrão na partitura do lero-lero. Disse me disse na dança do bolero. Fissura ou fusão? Pintura ou diagramação? Pasta ou prestação? Serviço ou servidor? Público ou aproveitador? Empresário ou administrador? Produtor ou telespectador? Pá virada ou picareta? Meio fio ou sarjeta? Bueiro ou bola preta? Teta ou treta? Meta ou retreta? Notoriedade ou casulo de borboleta?

Uma vez fundidas, quem voará pelos ares? Quem entoará cantares? Quem cavará lugares? Quem escreverá livros salutares? Quem apresentará em ritmos seculares? Quem inovará aos pares? Quem seguirá o mapa da mina de Sutil? Quem trilhará a carreira da fama no Brasil? Quem será cuiabano de corpo e alma? Quem fará comédia? Quem interpretará em drama? Quem papa a banana? Quem espreme o caldo da cana? Quem assa o biscoito de queijo curado? Quem frita o pastel recheado de vento? Quem passa o tempo brincando de queimada? Quem faz da cultura uma página rasgada?

Turismo do tudo ou nada. Turismo de fachada. Turismo na praia sem banhista. Turismo na praia dos artistas. Turismo na praia dos artesãos. Turismo na praia dos descontentes. Turismo na praia dos desavisados. Turismo na praia dos descapitalizados. Turismo na praia dos eleitos e diplomados pelo voto universal. Turismo na praia dos distanciados pelo mesmo mar continental. Turismo na praia dos desinformados em manifestação popular. Turismo na praia dos cuiabanos sem maresia. Turismo na praia dos cuiabanos ilhados em cidadania.

Ponte ou pontilhão? Ponto final ou ponto de interrogação? Ponta do dedo ou pompa de mandão? Quem cala, consente. Quem opina, pondera. Quem fica por último, raspa a panela no fogão. Quem chega primeiro, apaga a lamparina e acende o lampião. Quem semeia vento, colhe tempestade. Quem é rei, nem sempre é majestade. Quem é regato, nem sempre é ribeirão. Quem tem pressa, só faz bola de sabão. O que se funde, nem sempre advém de uma fusão. Fogo no tacuru. Água na toca do tatu. Ova de peixe ou sagu? Garça real ou urubu? Bocaiúva ou caju?

Cuiabá da cultura aquém de uma secretaria municipal defrontada ou Cuiabá da cultura além de uma secretaria municipal segregada? Com a palavra, toda e qualquer reforma dita institucional. Com a palavra, toda e qualquer forma de expressão cultural. A poesia, em versos publicados não se calará em omissão. Este poeta, desde já não é adepto dessa “fusão” (Cultura/Turismo).

AIRTON REIS é poeta em Cuiabá-MT. E-mail: [email protected]

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