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Cuiabá, 24 de Maio de 2025
24 de Maio de 2025

06 de Outubro de 2012, 10h:08 - A | A

OPINIÃO / LOUREMBERGUE ALVES

A peça da ironia

LOUREMBERGUE ALVES



A campanha eleitoral chegou ao seu final. A menos que se tenha o segundo turno, e é esta a tendência da eleição em Cuiabá, em razão da queda do socialista e a subida do petista, as quais impedem que a decisão saia no próximo domingo.

Isso, no entanto, não é a maior das lições que se pode extrair da atual disputa. Até porque o crescimento de um e o despencar nas pesquisas de outro se originam dos desacertos demasiados de cinco dos postulantes. Erros que sucederam graças às desastrosas estratégias.

Situação reveladora. Revela a incapacidade e inabilidade das equipes de marketing e de política de cada candidato e de cada coligação. Vícios que, por sua vez, deixam à mostra a inexistência de marqueteiros no Estado.

Isso fica claro quando se depara e analisa as peças publicitárias levadas ao horário político gratuito. As tais peças são sempre muito iguais. Zero em criatividade, desacompanhadas de algo novo e sofríveis em matéria política.

Quadro negativo que se repete de dois em dois anos. Isso já vem há bastante tempo. Os políticos, no entanto, ainda não acordaram para o problema que se tem, cujo resultado traz à luz a cegueira dos próprios dirigentes e coronéis político-partidários.

Não se tocam porque inexiste eleição sem um vencedor ou vencedores, por pior que sejam os candidatos. O que, certamente, explica a permanente confusão entre ação e proposta, bem como a que envolvem o marketing político do marketing eleitoral.

Confusão esta da qual origina aquela, porém de forma alguma sustenta o confundir-se. Ainda que o marketing político abrace o marketing eleitoral, pois ele é pensado antes, durante e depois das eleições, com o objetivo de manter uma boa relação entre o político e o eleitor.

Os acertos neste campo, portanto, são muito mais por chutes. Chutes que se confirmam porque no Estado inexiste a figura de marketólogos políticos. Profissionais que, pela sua experiência mercadológica, levam seus conhecimentos publicitários para o meio político, não sem antes ter contato ou se fazer auxiliado por um especialista de política. Assessoria que lhes possibilitaria melhor “tratar” o candidato como um “produto eleitoral” a ser vendido, e este, para ser aceito no mercado da política ou na “venda eleitoral”, carece ser lapidado.

A despeito da inexistência desse profissional, e igualmente da ausência do estudioso do jogo político, os postulantes aparecem como um personagem, cujo objetivo é atrair a atenção e impressionar a imaginação.

Explica-se, portanto, o processo de construção da própria imagem e desconstrução da imagem do adversário. Processo que possibilita a criação do “bom moço”, do “humilde”, do “sereno” contra o do “patrão”, do “vencedor”, do “arrogante” e “prepotente”.

A idéia, aqui, é fazer com que o eleitorado compre estas marcas. Compras que se dão, ainda que os prestadores de serviços para os postulantes tenham competência para isso, até em razão de que em toda eleições deverão existir eleitos.

Tal assertiva, entretanto, não desqualifica a frase de que no Estado inexiste o profissional capacitado no marketing eleitoral. Ainda que se saiba da convicção de que a eleição transformou-se em um espetáculo.

Daí os personagens a perambularem de um lado para outro, mesmo que esse perambular mais parece um andar improvisado.

LOUREMBERGUE ALVES é professor universitário e articulista político. [email protected]

A redação do RepórterMT não se responsabiliza pelos artigos e conceitos assinados, aos quais representam a opinião pessoal do autor.

 

 

 

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