DA REDAÇÃO
"Mais do que a promessa de um transporte eficiente e seguro, o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) representa economia de tempo para quem fizer uso do novo modal, que circulará de Várzea Grande ao CPA, ida e volta, no tempo médio de 82 minutos".
Quem lê esse texto, enviado às redações pela Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa), e não mora na Capital ou é desavisado, acaba por acreditar que o VLT já está em pleno funcionamento em Cuiabá e Várzea Grande quando, na verdade, segundo Tribunal de Contas do Estado e até mesmo o governo de MT, só o próximo governador poderá dizer o ano que ele poderá ficar pronto de fato. O VLT deveria, de acordo com as promessas de Silval Barbosa (PMDB), estar concluido em março deste ano, e funcionando durante o Mundial, mas...
Segundo a Secopa o apontamento do texto enviado faze parte do "Estudo de Planejamento da Rede de Transporte Coletivo, Modelo de Integração Operacional e Custos para a Operação do Sistema VLT Cuiabá – Várzea Grande". Documento foi entregue à Agência Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá e é de conhecimento do Ministério Público Estadual (MPE/MT).
O RepórterMT entrou em contato com o MPE para saber mais detalhes sobre o “Estudo”, mas o MPE informou que, até o momento, ainda não recebeu a documentação.
Segundo a Secopa, informações sobre a estimativa do valor da operação global da rede integrada (ônibus e VLT), linhas "alimentadoras" do VLT e a avaliação do custo de operação do modal, estão elencadas no arquivo enviado. "A palavra que resume o sistema VLT é confiabilidade. Ter a certeza do horário que o trem passa e quanto tempo ele demora de um destino para outro, representa um enorme ganho para o usuário do transporte coletivo, que conseguirá programar a sua viagem", disse o coordenador do estudo e engenheiro de tráfego da Secopa, Rafael Detoni, em tom de propaganda.
Ocorre que, “confiabilidade”, é um adjetivo muito evasivo para dar credibilidade a uma obra que ainda não saiu como um todo do papel e do discurso. Saber de fato se o cidadão da baixada vai poder usar o Veículo Leve sobre Trilhos e, em que ano, é apenas a garantia de que esse futuro não chegou e que talvez não esteja tão perto assim.
Ao cuiabano e ao várzea-grandense o governo insistiu em dizer que o "modal" estaria pronto no cronograma acertado com o Consórcio. O que fica para quem comprou a ideia e a promessa é um amargo sabor de frustração. E os problemas não param. O Viaduto Jamil Boutros Nadaf (Sefaz), entregue há seis meses, ainda não mostrou a que veio e, pior, corre o risco de ficar interditado de forma permanente. O CREA admitiu que, se não fosse interditado na semana passada, a obra poderia sofrer um colapso total. Com a palavra MPE, MPF, TCE e Assembleia Legislativa.
veja fotos atuais da obra quase parada do VLT