facebook-icon-color.png instagram-icon-color.png twitter-icon-color.png youtube-icon-color.png tiktok-icon-color.png
Cuiabá, 14 de Julho de 2025
14 de Julho de 2025

02 de Agosto de 2019, 10h:37 - A | A

NACIONAL / FEMINICÍDIO

Mulher morta com ácido pelo ex havia feito B.O

Mayara foi atacada com ácido sulfúrico pelo ex e um amigo de acordo com informações da perícia e da polícia civil

UOL



Mayara Estefanny Araújo, 19, pediu ajuda. Mais de uma vez. Por três vezes, fez um boletim de ocorrência na polícia civil de Pernambuco. Dias antes antes de morrer, o ex-namorado, William César dos Santos Junior, 30, foi impedido de se aproximar devido a uma medida protetiva de urgência.

Mas no início de julho, Mayara foi atacada com ácido sulfúrico pelo ex e um amigo de acordo com informações da perícia e da polícia civil. Na última quinta (25), o hospital onde ela foi internada em Recife anunciou sua morte. Agora, o corpo de Mayara jaz em um cemitério na cidade de Limoeiro, no agreste pernambucano. Os dois homens foram presos como suspeitos pelo crime.

>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão

O episódio abalou o Nordeste e demonstra um padrão em relação à morte de mulheres no Brasil. De acordo com dados do Ministério da Saúde, mulheres que sofreram violência têm oito vezes mais chances de morrer do que a população feminina em geral. O levantamento foi feito a partir de 800 mil notificações de violência física, sexual ou psicológica.

A vítima morta em Pernambuco teve um relacionamento de quatro anos com o suspeito, que não teria aceitado o término. Os dois também tinham um filho de dois anos. Segundo testemunhas, o rosto de Mayara pegou fogo com a substância. A reportagem não conseguiu contato com a defesa dos dois suspeitos.

Logo após o ataque, promotores estaduais denunciaram William e Paulo Henrique por homicídio qualificado. Além do agravante de feminicídio, a denúncia também consta motivo torpe e por meio de substância que poderia causar perigo comum. Com a morte, o Ministério Público prepara-se para fazer uma nova denúncia contra o suspeito.

"Onde estão as leis protetivas? A gente tem que insistir que a Lei Maria da Penha seja efetivamente cumprida e elas continuem morrendo", defende a vereadora Goretti Queiroz (PSC).

Para suprir a falha na proteção às mulheres, ela vai pedir regime de urgência para um projeto de lei que proíbe a venda de determinados tipos de ácidos a pessoas físicas, com previsão de multa a quem desrespeitar a lei.

 

Comente esta notícia