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Cuiabá, 08 de Maio de 2024
08 de Maio de 2024

31 de Dezembro de 2014, 10h:44 - A | A

OPINIÃO /

Nasce uma opinião pública?

Passada a eleição, sempre morrem todas as eleições, mas a de 2014 não morreu

ONOFRE RIBEIRO



Quase dá pra acreditar que está nascendo uma opinião pública no Brasil. Os movimentos estudantis de 2013 mudaram a cara política de parcela da população brasileira. Não alcançaram grandes resultados práticos, mas assustaram os governos federam, estaduais e municipais mostrando que é possível protestar com clareza e com coerência.

Os efeitos de 2013 renasceram nas eleições de 2014 quando aquele país alienado e de expressão política morta, dividiu-se em dois: um falando em mudanças, e outro, presa de minoria ideológica, de interesses e dos auxílios públicos tipo bolsa-família. O primeiro alcançou no segundo turno 47% dos votos válidos e o segundo 53%. O mapa traçado do país mostrando as áreas de predominância geográfica dos votos de cada um, em tese, indicando o Brasil “rico” e o Brasil “pobre”.

 

Passada a eleição, sempre morrem todas as eleições. A de 2014 não morreu. Os escândalos de corrupção que se arrastavam na Petrobras, vieram à tona e assumiram proporções de tsunami. Mas ainda virão os escândalos da Eletrobras, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica, dos Correios, dos fundos de pensão e da Copa do Mundo. O volume esperado de contradições e de desmoralização da política é assustador como nunca se viu antes. É a soma de todas as contradições que se acumularam ao longo do tempo, potencializadas no mercado persa das três últimas gestões.

Quando toda essa cascata de escândalos estourar, ela vai explodir dentro do Congresso Nacional, que é o avalista e o beneficiário da maioria dos escândalos. Implosão política. No mínimo, não haverá um escândalo sequer, que não tenha a participação parlamentar. Tanto federal, como estaduais e municipais.

É neste momento de renascimento que a opinião pública precisará estar minimamente organizada para ocupar os espaços vazios que as raposas deixarão abertos na fuga. Participo de um grupo de pessoas não-partidárias, chamado “Movimento Muda Brasil”, organizado em Cuiabá por jovens empresários, profissionais liberais, funcionários públicos e estudantes. É um esforço para começar a construir nesses segmentos núcleos de opinião pública críticos, capazes de compreenderem o processo de desmonte atual e a reconstrução de um país com base na cidadania efetiva. Falarei sobre o movimento em outro artigo.

Em essência, encerro lembrando que, apesar da alienação geral, existe ambiente e gente pensando num Brasil de verdade.

ONOFRE RIBEIRO é jornalista em Mato Grosso.
[email protected]
www.onofreribeiro.com.br

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