JOÃO RIBEIRO
DA REDAÇÃO
O delegado Cristian Cabral, da Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito (Delatran), disse ao RepórterMT, nesta semana, que o motorista Joaci Rabelo Júnior, de 29 anos, poderia estar dirigindo na ‘mão’ certa, no viaduto da MT – 040, na Avenida Fernando Côrrea da Costa, em Cuiabá, onde ocorreu, há mais de duas semanas, a tragédia que deixou quatro mortos.
No entanto, o impacto da batida, contra o muro de concreto, ao lado da pista, teria deixado o VW Gol, na ‘contramão’, onde foi colidido posteriormente pelo Toyota Corolla e o Fiat Punto.
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Os dois veículos que estavam disputando racha em alta velocidade se chocaram contra a viatura da Polícia Militar, atropelaram o cabo Elson Demétrio e atingiram dois homens, em uma moto Honda Bros. Em seguida, Joaci que estava bêbado, foi preso em flagrante por outros PM’s. Ele está na Penitenciária Central do Estado (antigo Pascoal Ramos).
Reprodução Internauta
Joaci está preso na PCE
Segundo Cristian, minutos antes das colisões, o Centro Integrado de Operações de Segurança (CIOSP), recebeu uma denúncia, apontando que o motorista Joaci, estaria trafegando de forma perigosa na pista.
Instantes depois, outra pessoa ligou para a corporação, informando que o mesmo carro, teria batido no muro de contenção e ficado parado, na contramão. Por fim, o terceiro chamando, já noticiava a tragédia envolvendo os cinco veículos.
“A princípio com essas informações registradas no Ciosp, temos essa possibilidade (que o motorista não estava trafegando na contramão). Mas, só teremos a verdade com a conclusão dos laudos periciais, feito por agentes da Perícia Oficial de Identificação Técnica (Politec). Os documentos devem ser concluídos nos próximos 20 dias, indicando de fato, o que ocorreu no local”, explicou.
Para Cristian, as investigações estão em ‘passos lentos’, já que não foi possível ouvir nenhum envolvido na tragédia.
“Alguns envolvidos (na tragédia) estão internados no Pronto Socorro e outros, que tiveram alta, ainda não foram intimados, diante do estado psicológico”, destacou.
De acordo com o delegado, o soldado Andrade, que pilotava a viatura da PM, no momento das colisões, já foi solicitado para depor duas vezes. Porém, ainda não se apresentou. “Enviamos o ofício ao Comando Geral, para a apresentação do policial na delegacia, mas ele ainda não compareceu e não se justificou”, falou.
DRAMA
O RepórterMT conseguiu falar com exclusividade com o mototaxista João Paulo da Silva, de 22 anos. Ele pilotava a Bros que foi atingida pelos carros na tragédia.
Internado na enfermaria ortopédica do Pronto-Socorro Municipal, João Paulo contou que estaria trafegando na moto, junto com o amigo Mikael Lacerda, de 18 anos, ao lado do Punto, quando foram colididos pelo Corolla, conduzido por Diego Kischel.
De acordo com João Paulo, o policial Demétrio o obrigou a parar com a moto, junto com o Punto. Já que o Gol estava parado na contramão. Joaci estaria inconsciente, com a cabeça escorada no volante.
“O PM mandou a gente parar. Com isso, achei que era uma blitz. Quando coloquei um dos pés no chão para equilibrar, fomos atropelados pelo Corolla. A força do impacto me arremessou para frente do Punto, da viatura da Polícia Militar e do VW Gol. Cai no chão, bati a cabeça e fiquei inconsciente. Só fui acordar com os médicos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) me colocando na maca. Depois disso, não lembro mais nada”, destacou.
O motoxista aguarda uma cirurgia no quadril. Porém, o procedimetno cirurgíco não tem data para acontecer. Já que a unidade de saúde não realiza a operação.
RepórterMT
João Paulo está internado na enfermaria ortopédica do PS de Cuiabá.
QUATRO MORTOS
Até o momento, quatro envolvidos na tragédia morreram.
O último foi Demétrio que passou 17 dias internados na UTI do PS de Cuiabá, morrendo nesta sexta-feira (12). Familiares disseram que ele teve três paradas cardiorespiratória.
Os outros três são; motorista do Corolla, Diego Kischel, o condutor do Punto, Luciano Siqueira Campos, de 30 anos e por fim, o proprietário James Paes de Barros, de 27 anos.
Apenas Mikael continua internado UTI da unidade de saúde.
Reprodução Facebook
James morreu na UTI do PS quatro dias apos a tragédia. Ele era dono do Punto.
LIGAÇÕES COM O CRIME
Diego que morreu a caminho da Policlínica já havia sido preso pela Polícia Militar sob a acusação de tráfico de drogas. A Polícia descobriu que o Corolla que ele dirigia havia sido roubado, há menos de dois meses, de uma casa do bairro Boa Esperança, na capital.
Acusado de tráfico de drogas, a prisão de Diego ocorreu há dois anos, quando os PM’s o encontraram com várias porções de drogas em um ‘mercadinho’ D.K, na Avenida Principal do Pedra 90, também na capital.
Ao ser detido, com porções de pasta-base de cocaína, Diego negou ser traficante e disse à PM que a carga que era para ‘curtir’ com os amigos.
No entanto, na revista do estabelecimento comercial, onde ele era proprietário, foi encontrado dois quilos de ácido bórico, uma balança de precisão e petrechos usados para embalar a droga, caracterizando o crime de tráfico de drogas.
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Diego pilotava Corolla que foi roubado em outubro, em uma casa do bairro Boa Esperança, na capital.
PUXANDO A CAPIVARA
Na delegacia, foi descoberto que no dia 19 deste mês, Joaci já havia sido preso, ao ser flagrado dirigindo bêbado.
Joaci foi autuado pelo delegado Celso Renda por lesão corporal culposa (sem intenção), embriaguez ao volante e homicídio culposo. Com as autuações, ele foi encaminhado para a Penitenciária Central do Estado.
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Joaci já havia sido preso semanas antes da tragédia, dirigindo bêbado.