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Cuiabá, 25 de Abril de 2024
25 de Abril de 2024

18 de Março de 2023, 06h:00 - A | A

OPINIÃO / REGINA MENDES

Em nome dos nomes



Por trás de cada alcunha há uma história, um significado. Isto, em se falando de pessoas. Agora, quem nunca passou por uma fachada, ou viu um rótulo na gôndola do supermercado e se perguntou: “De onde veio este nome?”

Sim, caros leitores. Nomes de empresas, produtos e serviços, além de despertar a curiosidade e provocar sensações e impressões (pelo menos, deveriam), têm toda uma trajetória por trás. Tudo começa na fase embrionária de um negócio. O primeiro impulso do intrépido empreendedor é nomear a empresa que está surgindo com o seu sobrenome, com as iniciais dos filhos, ou do cônjuge. Ou ainda: em meio a todas as preocupações e atribuições que a abertura de uma empresa requer, colocar o que lhe resta de criatividade em jogo e, assim, nomear o próprio negócio. Afinal, quem entende mais do seu business do que ele mesmo?

Errado, não está. Preparado? Tampouco. Afinal, num universo ilimitado de concorrentes e clientes em potencial, virtual e presencialmente, será que este nome, criado muitas vezes nas vésperas da inauguração, vai destacá-lo da concorrência? Vai estar disponível para registro no INPI-Instituto Nacional de Propriedade Industrial (se não, poderá ser roubado pela concorrência)? Vai chamar a atenção do seu público-alvo? Vai gerar valor? Será exclusivo? Vai funcionar na propaganda boca-a-boca? Poderá se tornar o seu legado, atravessando décadas? Vou além: será que alguém já pensou neste exato nome antes?

É aí que entra a pouco conhecida figura do namer. Traduzindo: nomeador, aquele que dá nome às coisas. Um profissional cuja formação geralmente descende do marketing, mas que também pode vir de outras áreas afins. De exata, esta ciência não tem nada. Criar nomes é 100% a respeito de pessoas. Estudar, pesquisar, entender e mergulhar a fundo nos hábitos, expectativas e necessidades do público-alvo e de todo o universo do qual este futuro empreendimento fará parte.

“Nome bom é nome curto”, dirão os entendedores. “O nome precisa ser forte”, bradará o senso comum. Mas, o que é um nome “forte”? Forte para quem? Forte por quê? Viram como é preciso imergir para emergir com o tão desejado nome adequado?

E já que tudo começa pelo nome, por que não começar do jeito certo? Caso contrário, o prejuízo é incalculável. Lembra da fachada? Pois é... ela terá que ser derrubada. O rótulo? Jogado fora. Ainda que o negócio seja digital, o site, o e-commerce, as redes sociais, tudo irá por água abaixo. Isto sem falar em uniformes, papelarias, brindes, embalagens, enfim, em todos os pontos de contato da marca com seus clientes.

O fato de que ainda existam tantos empreendedores que não têm noção da existência de pessoas que vivem de criar nomes, surpreende e motiva ao mesmo tempo.

Assim como a história por trás dos nomes de sucesso é cheia de detalhes e conteúdos, este artigo é apenas o começo do assunto sobre o processo de naming, que é a atividade dos namers. Enquanto representante da categoria seguirei defendendo a importância de contratar um profissional para nomear produtos e serviços, independente de segmento ou tamanho. Tudo em nome dos nomes.

Regina Mendes é publicitária formada pela UFMT, redatora há mais de 20 anos e só em 2022, ajudou a nomear 22 empresas brasileiras.

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