facebook-icon-color.png instagram-icon-color.png twitter-icon-color.png youtube-icon-color.png tiktok-icon-color.png
Cuiabá, 17 de Junho de 2025
17 de Junho de 2025

06 de Março de 2024, 14h:14 - A | A

GERAL / AFOGAMENTO NA LAGOA

"Se o treinamento continuar dessa forma, outros irão morrer", alerta pai de Lucas Peres

Lucas Veloso Peres, de 27 anos, morreu afogado durante treinamento do Corpo de Bombeiros. Caso é investigado.

APARECIDO CARMO
DO REPÓRTERMT



Em conversa com o RepórterMT, Cleuvimar Peres, pai do aluno de bombeiro Lucas Veloso Peres, de 27 anos, morto em um treinamento da corporação no dia 27 de fevereiro deste ano, na Lagoa Trevisan, em Cuiabá, disse que é preciso que haja uma mudança na maneira como os aspirantes são treinados em Mato Grosso.

Mensagens de colegas de Lucas, que estavam no local do treinamento, sugerem que ele foi vítima de “caldo”, isto é, que ele foi intencionalmente afogado como parte do treinamento.

>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão

Se continuar dessa forma, você pode ter certeza, daqui uns dias vocês estarão atrás de outras famílias, outros pais sofrendo

“Eu tenho a reclamar da forma que eles estão fazendo (os treinamentos) com os alunos, porque se continuar dessa forma, você pode ter certeza, daqui uns dias vocês estarão atrás de outras famílias, outros pais sofrendo. Pode ter certeza disso que estou falando. Se não mudar esse jeito que eles estão adotando para falar que, entre aspas, estão instruindo o aluno, nós vamos perder mais jovens, vão ser interrompidos sonhos", disse.

Servidor Público no Tribunal de Justiça de Goiás, Cleudivan veio à Cuiabá participar da missa de sétimo dia do filho. Ele disse que conversou com Jane Patrícia, mãe de Rodrigo Claro, que morreu também em um treinamento na Lagoa Trevisan, no ano de 2016. Ele descreveu a conversa como sendo “desesperadora”.

Leia mais - Politec confirma que aluno dos Bombeiros morreu por afogamento em Cuiabá

“É doloroso. Eu poderia muito bem largar de mão, seguir minha vida e esquecer esse fato. Porque eu não vou ter benefício nenhum, só malefício. Porque eu vou ficar sofrendo toda vez que eu vou mexer nessa história, a minha ferida abre e fica ali cutucando. Então isso é doloroso para o coração da gente. E eu não desejo isso para esse instrutor, não desejo que ele passe por isso, porque é muito doloroso", contou.

O desafio agora, conta Cleuvimar, é continuar a vida, mesmo com a dor da perda.

Olha, nós vamos juntando os pedacinhos, juntando os pedacinhos e vamos ver se a gente consegue se reerguer.

"Olha, nós vamos juntando os pedacinhos, juntando os pedacinhos e vamos ver se a gente consegue se reerguer. A gente está pedindo muito a Deus, Deus está nos ajudando demais, dando muita força para isso. É somente isso que a gente pede, que Deus continue dando força para a gente conseguir chegar até o final, completar essa missão que ele nos deixou: evitar que outras famílias sofram como nós estamos sofrendo”, concluiu.

A investigação da morte de Lucas, que inicialmente ficaria a cargo da Polícia Civil, passou para a Corregedoria do Corpo de Bombeiros. Um inquérito foi instaurado e o prazo de 40 dias para sua finalização começou a contar no dia 28 de fevereiro.

Leia mais - MP pede reconstituição da morte de aluno e dá 40 dias para Corpo de Bombeiros concluir investigação

O Ministério Público, que acompanha o caso de perto, pediu que uma reconstituição seja realizada, mas até o momento não foi divulgado se o pedido será atendido.

Comente esta notícia