RAFAEL DE SOUSA
EDITORIA
Cuiabanos que viajaram pelo interior de São Paulo neste fim de semana não só me contaram, mas provaram com imagens, que por lá o etanol está custando bem mais barato que em Mato Grosso – maior produtor do combustível de milho no país. Eles encontram, na cidade de Mirassol, o etanol a R$ 3,79 enquanto em Cuiabá é vendido a R$ 4,40. A gasolina paulista custa R$ 4,99, aqui R$ 5,80.
Como questionaria o narrador Galvão Bueno, da Globo, diante de um lance duvidoso em um jogo de Copa do Mundo: Poder isso, Arnaldo?
Mato Grosso tem a primeira usina fabricante do etanol milho do país. Além disso, possui nove usinas que fabricam o combustível à base de cana-de-açúcar, sendo duas que já produzem de forma flex – à base de cana e milho - e uma terceira que está sendo implementada nesse modelo. Mesmo assim estamos pagando uma fortuna pelo produto.
Alguma coisa errada nesta conta não está certa. Tem muita gente querendo saber. A população não aguenta mais pagar tão caro pelo etanol.
O Governo do Estado diz que os reajustes não têm nada a ver com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)
O ICMS sobre o etanol de Mato Grosso é de 12,5%, desde janeiro de 2020. O menor valor cobrado em todo país.
No caso da gasolina, o imposto é de 25% e há 10 anos o governo não faz nenhum reajuste. O diesel é o mesmo há 5 anos, com 17% de ICMS.
“O problema que está ocasionando tudo isso é a política da Petrobrás. Se isso não mudar, quem continuará a pagar a conta é o consumidor. Basta lembrar que em dezembro de 2020 o preço era bem diferente e nada mudou no Estado para que ocorresse a alta nos preços”, esclarece o secretário de Fazenda, Rogério Gallo.
Se os paulistas têm usinas para vender mais barato, nós também temos. Então, por que São Paulo vende o produto mais barato que Mato Grosso?
O fato é que atualmente as refinarias não podem vender o produto direto ao posto de combustível.
No caso, Mato Grosso fornece o etanol para uma distribuidora, sediadas em outros estados, que irá atestar a qualidade do produto e somente depois é vendido aos postos com um preço superior ao que saiu da fabricante, além disso, acrescido de imposto e frente.
Há dados apontando que se o combustível fosse vendido direto para o posto de combustível o valor seria reduzido em até 0,20 centavos por litro.
Mas enquanto o projeto não passa no Congresso atendendo o interesse de distribuidoras e sufocando o cidadão.
Vamos continuar convivendo com essa diferença substancial, sendo que quem produz paga mais cara.
Chico 11/06/2021
Cartel?
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